A respeito desta discussão nos comentários do Portugal Contemporâneo, lembrei-me desta passagem de Charles Johnson:
First, the concept of spontaneous order, as it is employed in libertarian writing, is systematically ambiguous, depending on whether one is using spontaneous to mean not planned ahead of time, or whether one is using it to mean voluntary. Thus, the term spontaneous order may be used to refer strictly to voluntary orders — that is, forms of social coordination which emerge from the free actions of many different people, as opposed to coordination that arises from some people being forced to do what other people tell them to do. Or it may be used to refer to undesigned orders — that is, forms of social coordination which emerges from the actions of many different people, who are not acting from a conscious desire to bring about that form of social coordination, as opposed to coordination that people consciously act to bring about. It’s important to see that these two meanings are distinct: a voluntary order may be designed (if everyone is freely choosing to follow a set plan), and an undesigned order may be involuntary (if it emerges as an unintended consequence of coercive actions that were committed in order to achieve a different goal). While Hayek himself was fairly consistent and explicit in using spontaneous order to refer to undesigned orders, many libertarian writers since Hayek have used it to mean voluntary orders, or orders that are both voluntary and undesigned, or have simply equivocated between the two different meanings of the term from one statement to the next. It’s important to be clear about the difference between the two, because if you equivocate you are likely to expose yourself to certain confusions, and to find yourself wearing certain kinds of conceptual blinders.O que Johnson escreve sobre a "ordem espontânea" também poderia ser escrito, mutatis mutandis, para "engenharia social" - umas vezes parece que o termo é usado com o sentido de querer organizar a sociedade de acordo com um projecto, outras vezes no sentido de querer usar a coacção para fazer a sociedade funcionar de dada maneira.
São duas coisas distintas; p.ex., um "guru" que inventa uma teoria qualquer de que "como as pessoas devem viver" e sai à estrada (ou abre um site, ou escreve livros...) para tentar convencer as pessoas a viverem segundo as suas ideias é um "engenheiro social" no primeiro sentido mas não no segundo; por outro lado, um Estado que utilize o seu aparelho repressivo para fazer a sociedade funcionar de acordo com as suas tradições imemoriais não está a fazer "engenharia social" no primeiro sentido, mas talvez o esteja no segundo sentido.
Assim, será que a ideia de que qualquer território deve ter direito à secessão por uma maioria de 2/3 é engenharia social?
No sentido de ter uma ideia de como a sociedade deve funcionar e querer fazer os possíveis por pôr essa ideia em prática, claro que é "engenharia social" (como qualquer ideia universalista ou de "direito natural" acaba por ser sempre "engenharia social" - embora o inverso não seja verdadeiro); no sentido de querer obrigar as outras pessoas a viver de determinada maneira, não - por definição, num Estado que permita o direito de secessão haverá (se tudo o resto se mantiver igual) menos gente sujeita contra vontade a um determinado governo e políticas do que num Estado sem direito de secessão.
[Ver também o meu post de 2008, Ordem Espontânea]
1 comment:
The falsity of the investigations is that no one investigates the case of collective redundancies of 112 families casino estoril a company with millions of profits and the government does nothing WHO GETS TO DISGRACE OF 112 FAMILIES.
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