Neste momento alguns receiam a possibilidade de um golpe de direita nalgum dos países do euro em crise, enquanto outros parecem entusiasmar-se com a possibilidade de um golpe de esquerda.
Na verdade, mais do que um golpe abertamente "conservador" ou "revolucionário", acho mais provável outro cenário, parecido com o Egipto em Fevereiro (um exemplo mais remoto, mas talvez interessante para se ter uma ideia da possível evolução dum modelo desses - Madagáscar em 1972): no meio de uma insurreição civil, com manifestações na rua, greve geral, edifícios públicos a serem ocupados pelos contestatários, etc., o exército assume o poder.
Um "golpe" desses teria provavelmente muita pouca resistência, já que, pelo menos nos primeiros dias, quase ninguém o iria hostilizar - os defensores da "ordem" iriam pensar que sempre era melhor que a "anarquia" e o poder "a cair na rua", enquanto que os "rebeldes" iriam pensar "pelo menos o governo caiu; vamos lá ver o que estes fazem".
Claro que, a partir daí, qualquer decisão que a "junta" tomasse iria fazer perder-lhe apoios (à esquerda ou à direita), mas é possível que a neutralidade (ou mesmo apoio) inicial da opinião pública lhe permitisse aplicar a "táctica do salame" - eliminar um grupo oposicionista de cada vez - até consolidar o seu poder (e aí já poder perder o apoio popular que já não faria grande diferença).
Thursday, November 10, 2011
O cenário mais provável para um golpe militar na Europa
Publicada por Miguel Madeira em 22:32
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