Ainda acerca disto, volto a levantar a questão que já levantei aqui - se não vamos medir o "empreendedorismo" pela número de empresas/empresários, vamos medi-lo pelo quê? E, se não houver maneira de medir o "empreendedorismo", que valor têm comentários como "temos que ter mais espírito empreendedor"? Afinal, como é que se pode dizer que o que falta a um país é uma coisa que não pode ser medida?
Se se procurar medidas alternativas de "empreendedorismo", acabamos quase sempre por inventar substitutos que já são eles próprios medidas de dinamismo económico (taxa de crescimento do progresso técnico, numero de novas empresas que chegam ao patamar de "X" vendas por ano, etc.) tornando a afirmação "o empreendedorismo é a chave para o crescimento económico" pouco mais que uma tautologia.
E, já agora, repito o que escrevi há 4 anos:
Já agora, se nem todos os trabalhadores por conta própria são "empreendedores", isso não deveria significar que os trabalhadores por conta de outrém também podem ser considerados "empreendedores"? - afinal, nas grandes empresas o desenvolvimento de novos produtos e/ou "estratégias empresariais" é, fundamentalmente, da responsabilidade de assalariados. No entanto, quando no discurso politico se diz "temos que adoptar medidas favoráveis aos empreendedores", isso é sempre usado no sentido de advogar medidas favoráveis aos empresários
1 comment:
Eu também citei esse texto de há 4 anos na caixa de comentários do texto do ER sobre empreendedores.
Face aos dados sobre o emprego por conta própria, parece óbvia para muita gente a diferença entre isso e o «empreendedorismo».
Seja: expliquem o segundo de forma não circular, e deixem de confundir com o primeiro quando convém...
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