Sim, não foi eleito (pelo menos diretamente), mas para todos os
efeitos Maduro também não (aquelas eleições do ano passado foram sem
dúvida uma farsa, e num ambiente em que não havia praticamente condições
para a oposição fazer uma campanha em igualdade de circunstâncias).
Portanto,
atendendo a que se pode considerar que a presidência da Venezuela ficou
vaga quando acabou o primeiro mandato de Maduro, nada mais natural do
que avançar o presidente do parlamento - é a norma em grande parte do
mundo (se em Portugal acontecesse alguma coisa ao Marcelo, seria o Ferro
Rodrigues a substitui-lo); é verdade que nos regimes presidencialistas
há vice-presidentes, que por norma é quem substitui o presidente - mas
se considerarmos que não houve uma eleição válida, também o cargo de
vice-presidente está vago (de qualquer maneira, penso que o cargo de
vice-presidente na Venezuela funciona de forma algo peculiar - penso que
o presidente pode nomear e destituir vice-presidentes à vontade).
E,
de qualquer maneira Guaido foi eleito - ele foi eleito presidente pela
Assembleia Nacional, que por sua vez foi eleita em 2015, no que parece
ter sido a última eleição livre e legal na Venezuela.
[Post publicado no Vias de Facto; podem comentar lá]
Thursday, January 24, 2019
Guaido é o mais parecido com o que a Venezuela tem com um presidente legítimo
Publicada por Miguel Madeira em 01:00