IQ is largely a pseudoscientific swindle, por Nassim Nicholas Taleb.
No seu estilo não particularmente contido e razoável, parece-me que o que Taleb está a dizer é que ter bons resultados em testes de QI, a partir de um certo nível, é mais indicativo de um gosto por resolver exercícios abstratos mesmo que sem utilidade prática real do que de verdadeira inteligência.
Eu há algum tempo que já tenho pensado que medidas como o QI o que medem é mais uma combinação de inteligência (capacidade de resolver problemas intelectuais) com intelectualismo (gostar de tentar resolver problemas intelectuais) do que propriamente inteligência em si mesma; mas isso talvez não faça grande diferença, porque o desempenho em quase todas as atividades intelectuais é resultado de uma combinação de inteligência e intelectualismo, pelo que mesmo que o QI não meça apenas a inteligência, acabará por ter uma correlação significativa com o desempenho em tarefas que exijam capacidade intelectual.
No entanto, parece-me que Taleb levanta um ponto que pode ser relevante - os incentivos (o skin in the game, em talebanês): pessoas que não têm grande motivação para resolver testes de QI podem ser afinal demonstrar ser bastante inteligentes em atividades que tenham uma utilidade real.
Um exercicio que poderia ser interessante (será que já alguém o fez): fazer um teste de QI a uma porção de gente; depois de eles fazerem o teste, dar-lhes outro teste e aí dizer-lhes "por cada ponto acima de 80 neste teste vão receber 15 euros" e comparar os resultados.
Monday, January 07, 2019
O que mede realmente o QI?
Publicada por Miguel Madeira em 12:10
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