li algures por parte do Rui Tavares algo sobre isto que me convenceu: há uma classe de portugueses pobres e média baixa que é empreendedora porque se não o for não sai da cepa torta. Peguemos no exemplo de um professor portuguÊs versus um alemão. O alemão tem garantia que a economia do país vai crescer , o seu ordenado também e que continuando a fazer bem o seu trabalho há-de melhorar o seu nível de vida. O português sabe que se um dia quiser melhorar a vida é melhor começar a dar explicações, investir nuns pequenos negócios, etc.
Eu acho que isto é aplicável a uma parte da população, mas não às poderosas famílias investidoras (habituadas pelo salazar a verem os seus negócios protegidos) muito aversas ao risco: não investem em tecnologia nem em inovação preferindo coisas com retorno mais certo como construção, retalho, negócios com o estado ou monopólio garantido pelo estado, etc.
Acho que também não se aplica a uma parte significativa dos funcionários públicos pós-25 de abril, médicos por exemplo.
Miguel: aceitando a tua interpretação da frase "os portugueses têm maior aversão ao risco do que os alemães" dessa forma, ou seja, como sendo equivalente a "um português, nas mesmas condições que um alemão, tem mais aversão ao risco", penso que tens razão. Acho que foi o salazar e o catolicismo (?) que nos ensinou para sermos resignados mas felizes, e aplica-se mais o "homem prevenido vale por dois" do que o "quem arrisca não petisca".
Agora, uma outra interpretação mais mesurável na prática da frase "os portugueses são têm maior aversão ao risco que os alemães" é a de que os portugueses em geral andam mais na corda bamba e arriscam (por serem obrigados a isso ou não) menos do que os alemães. E acho que nesse caso a frase é falsa quando aplicada a muitos grupos sociais de portugueses (com as excepções que apontei).
5 comments:
li algures por parte do Rui Tavares algo sobre isto que me convenceu: há uma classe de portugueses pobres e média baixa que é empreendedora porque se não o for não sai da cepa torta. Peguemos no exemplo de um professor portuguÊs versus um alemão. O alemão tem garantia que a economia do país vai crescer , o seu ordenado também e que continuando a fazer bem o seu trabalho há-de melhorar o seu nível de vida. O português sabe que se um dia quiser melhorar a vida é melhor começar a dar explicações, investir nuns pequenos negócios, etc.
Eu acho que isto é aplicável a uma parte da população, mas não às poderosas famílias investidoras (habituadas pelo salazar a verem os seus negócios protegidos) muito aversas ao risco: não investem em tecnologia nem em inovação preferindo coisas com retorno mais certo como construção, retalho, negócios com o estado ou monopólio garantido pelo estado, etc.
Acho que também não se aplica a uma parte significativa dos funcionários públicos pós-25 de abril, médicos por exemplo.
Mas então nós não somos o país europeu cujos cidadãos mais contraem empréstimos bancários?
Miguel,
há pois!
De uma enorme lista de países, Portugal só fica pior que a Grécia no Uncertainty Avoidance Index
http://www.geert-hofstede.com/hofstede_dimensions.php
João, a aversão ao risco mede-se em situações iguais, não em situações diferentes.
O teu exemplo, mesmo se correcto, não prova que o alemão-típico seja menos avesso ao risco na mesma situação que o português-tipo.
Miguel: aceitando a tua interpretação da frase "os portugueses têm maior aversão ao risco do que os alemães" dessa forma, ou seja, como sendo equivalente a "um português, nas mesmas condições que um alemão, tem mais aversão ao risco", penso que tens razão. Acho que foi o salazar e o catolicismo (?) que nos ensinou para sermos resignados mas felizes, e aplica-se mais o "homem prevenido vale por dois" do que o "quem arrisca não petisca".
Agora, uma outra interpretação mais mesurável na prática da frase "os portugueses são têm maior aversão ao risco que os alemães" é a de que os portugueses em geral andam mais na corda bamba e arriscam (por serem obrigados a isso ou não) menos do que os alemães. E acho que nesse caso a frase é falsa quando aplicada a muitos grupos sociais de portugueses (com as excepções que apontei).
Post a Comment