Imagine-se que temos dos estabelecimentos de ensino: a Escola Secundária Acácio Tomás de Aquino e o Colégio São Tomás de Aquino (instituições fictícias). Vamos supor que:
- os alunos da ESATA e do CSTA estão igualmente bem (ou mal) preparado: mais exactamente, se pegarmos num aluno do 12ª ano de qualquer das instituições e o pusermos a fazer um teste de Matemática do 12º ano, em ambos os casos a nota esperada seguirá uma distribuição normal com média de 12 e desvio-padrão de 2
- a ESATA tem 200 alunos no 12º e o CSTA 50
- a ESATA e o CSTA mandam todos os seus alunos do 12º à Prova Especifica de Matemática
1ª questão: Qual é a probabilidade de, nessa prova, a média do conjunto dos alunos do CSTA ser maior ou igual a 17 valores?
2ª questão: Qual a mesma probabilidade para a ESATA?
Sunday, August 30, 2009
Prova de Matemática
Publicada por Miguel Madeira em 01:33 6 comentários
Friday, August 28, 2009
Um argumento a favor da proibição das drogas?
Publicada por Miguel Madeira em 00:43 5 comentários
Thursday, August 27, 2009
Carros e Indústria discográfica
Cabbies & record companies, por Chris Dillow:
If I give a friend a lift in my car, should BP refuse to sell me petrol to punish me for depriving cab companies of revenue?
No-one is proposing this. So why is the government proposing that ISPs cut off services to people who swap music files?
The analogy holds because the cab firm and music company both lose potential business to people giving stuff away for free; the stress here is on “potential” (...)
If anything, my analogy breaks down because it’s too friendly towards the music business. For example:
[Ler o resto]
Publicada por Miguel Madeira em 02:05 1 comentários
Etiquetas: Propriedade Intelectual?
Wednesday, August 26, 2009
Imposto negativo (2)
Voltei a expor o tema agora em post no blog da Causa Liberal.
Publicada por CN em 20:43 0 comentários
Etiquetas: Textos de Carlos Novais
Tuesday, August 25, 2009
Re: Imposto negativo (II)
Há efectivamente um programa de "dividendo do cidadão"/"imposto negativo" financiado mais ou menos dessa maneira: o Alaska Permanent Fund Dividend, financiado pelas receitas do petróleo, que paga a quase todos os residentes no Alaska um valor que, normalmente, anda à volta de mil e tal dólares por ano. Mas um território com petróleo não é um bom exemplo.
Publicada por Miguel Madeira em 13:48 0 comentários
Re: Imposto negativo (I)
Publicada por Miguel Madeira em 13:33 0 comentários
A nova lei das uniões de facto
Quanto ao resto:
- herança de bens comuns: as caixas de comentários de muitos blogues estão inundados com conversas destas, mas nunca ouviram falar de uma coisa chamada "testamento"?
- direito a compensação em caso de separação: na prática, isso parece-me obrigar os "unidos de facto" a "casarem-se"
- co-responsabilidade nas dívidas: de novo,isso parece-me obrigar os "unidos de facto" a "casarem-se". Se querem mesmo ser co-responsáveis nas dívidas, sejam fiadores.
No geral, creio que é necessário distinguir aqui duas situações: uma são os direitos dos casados e/ou unidos de facto perante o Estado; outra são os direitos de um perante o outro.
No caso dos direitos perante o Estado, concordo que sejam equiparados (ou talvez abolidos completamente e passarmos a ser todos "solteiros" perante o Estado); no caso dos direitos de um membro do casal perante o outro, discordo completamente - lembremo-nos que os direitos de um perante o outro são deveres do "outro" perante o "um", logo ao definirmos direitos desses para a união de facto estamos, na prática, a obrigar as pessoas a assumirem deveres, quer queiram quer não.
Uma última nota: tenho uma forte suspeita que esta nova lei das uniões de facto era apenas uma maneira de criar uma figura parecida ao casamento mas que não se chamasse "casamento" e que estivesse disponível para os casais homossexuais; em vez de tentar atingir esse objectivo por portas travessas (e, pelo caminho, com o "dano colateral" de "casar" todos os unidos de facto, quer o queiram quer não), não seria muito mais simples tirar o "de sexo diferente" do artº 1577º do Código Civil?
Publicada por Miguel Madeira em 10:20 4 comentários
Monday, August 24, 2009
Imposto negativo
(revisto e aumentado)
Parece melhor que proibir alguém de aceitar um trabalho recebendo menos que o salário mínimo (peço desculpa, mas para mim o salário mínimo é uma das piores ilusões bem intencionadas que existe).
Mas mesmo esta forma colectiva aparentemente eficiente e igualitária de ajuda tem os seus problemas.
O trabalho auferindo rendimento próximo desse patamar vai ser desincentivado, existindo mesmo experiências controladas sobre o assunto que o comprovam.
Em teoria podemos imaginar o seguinte cenário como inevitável a prazo (ainda que a sua evolução possa ser lenta e a ligação entre causas e consequências difusas), no mínimo deve-ser ter em conta este fenómeno como um efeito a esperar e que deve ser tentado contrariar no desenho possível de esquemas de ajuda aos menores rendimentos:
- Escolhe-se Y como patamar mínimo de rendimento, que recai nesta altura sobre n1 pessoas de uma população total T de contribuintes potenciais, assim, estes (T-n1) vão ter de pagar uma dada receita de imposto para ser possível distribuir esse rendimento mínimo por n1 pessoas.
- Mas com o tempo, as pessoas que ganham acima de Y ainda que não muito mais, quase racionalmente deixam também de trabalhar dado que o lazer tem um dado valor ou utilidade (para todos nós o tem).
- Assim, de n1 passamos para n2>n1 que passam a auferir do impostos negativo, mas um número menor de contribuintes (T-n2).
- O jogo político faria então subir o patamar Y de rendimento mínimo, até porque a diferença de rendimento médio entre contribuintes e beneficiários aumentaria por natureza matemática, aumentando assim a desigualdade estatística. Os contribuintes teriam um rendimento médio mais alto (mas sendo cada vez menos em número) porque maiores camadas de rendimentos perto do patamar iriam juntar-se ao rendimento garantido (cada vez mais em número), deixando de trabalhar e passando a ser cada vez mais um grupo social significativo.
Bem, pode-se intuir o resultado do que é aqui argumentado. Com o tempo passará a existir um cada vez maior número de beneficiários e um menor número de contribuintes, o que obrigará a subir cada vez mais o imposto, por exemplo, sobre o rendimento. O que em si (o aumento a taxa de IRS) acresce à desutilidade de quem trabalha com rendimentos próximos do patamar. A prazo, poderá significar o colapso nem que seja por emigração.
Factores culturais como por exemplo, a conhecida ética protestante pode adiar ou tornar mais lento este efeito, mas podemos imaginar outras culturas e nações onde o efeito será mais rápido. Diga-se que em boa verdade, toda a ajuda colectiva baseada em fórmulas automáticas e sem rosto humano (o que significará ausência de decisão e gestão humana, incluindo a capacidade de selectividade, imposição de condições e no limite recusa) carece de uma forma ou outra deste problema.
Publicada por CN em 17:29 0 comentários
Etiquetas: Textos de Carlos Novais
Leituras
A Libertarian Perspective on the National Health Service , por Sean Gabb da Libertarian Alliance, comparando os sistemas de saúde britânico e norte-americano (segundo o autor são ambos maus, tanto no ponto principios como dos resultados)
Latin leftists fear a Honduras coup domino effect, sobre o possibilidade de uma avalanche de golpes de direita na América Latina
Publicada por Miguel Madeira em 16:46 1 comentários
Livros e links sobre modelos sociais alternativos
A respeito do anarco-sindicalismo temos "A Conquista do Pão" de Kropotkin e os últimos capítulos da "Concepção Anarquista do Sindicalismo", de Novo Vasco (Ed. Afrontamento).
Temos também (saindo dos livros para os sites) a secção "What would an anarchist society look like?" do Anarchist Faq (nota - esta secção foi bastante revista na semana passada, mas imagino que não esteja menos detalhada do que da última vez que a li).
No anarquismo individualista, temos "Individual Liberty", uma colectânea de texto de Benjamin Tucker.
No anarco-capitalismo, penso que temos "The Machinary of Freedom" de David Friedman (o filho do Milton).
A respeito do trotskismo, temos "Da Comuna ao Maio de 68" de Ernest Mandel (Ed. Antidoto). On-line temos The Dictatorship of the proletariat and socialist democracy e In Defence of Socialist Planning, também de Mandel.
Publicada por Miguel Madeira em 16:01 1 comentários
A verdade sobre o paracetamol
Publicada por Miguel Madeira em 12:33 2 comentários
O desabamento na Praia Maria Luisa
Publicada por Miguel Madeira em 09:26 1 comentários
Saturday, August 22, 2009
Re: Principles of self-ownership and the original appropriation of unowned natural resources
"Any other proposal, he demonstrated, either does not qualify as an ethical system applicable to everyone qua human being, or it is not viable, for following it would literally imply death while it requires a surviving proponent, and thus leads to performative contradictions.
The former is the case with all proposals which imply granting A ownership over B and resources homesteaded by B, but not giving B the same right with respect to A.
[Sugestões de leitura: Egoist anarchism; Jungle Law Rights Theory; Outlaw - a feuture of older legal systems]
Publicada por Miguel Madeira em 03:27 0 comentários
Etiquetas: anarquismo: socialismo vs. capitalismo
Friday, August 21, 2009
The Republic Becomes the Empire
Garet Garrett é o exemplo perfeito como o termo "isolacionista" serviu para detratar e apagar da memória (à direita e à esquerda) muitos pensadores "libertarians", anti-imperialistas e anti-war, ainda que não pacifistas. Passava-se aqui já na altura da guerra da Coreia, a primeira em que um Presidente nem se dá ao trabalho de pedir ao Congresso para declarar guerra, como está escrito claramente na Constituição.
Garet Garrett (1878–1954) was an American journalist and author who was noted for his critiques of the New Deal and US involvement in the Second World War.
"We have crossed the boundary that lies between Republic and Empire. If you ask when, the answer is that you cannot make a single stroke between day and night. The precise moment does not matter. There was no painted sign to say, "You now are entering Imperium." Yet it was a very old road and the voice of history was saying: "Whether you know it or not, the act of crossing may be irreversible." And now, not far ahead, is a sign that reads: "No U Turns."
If you say there were no frightening omens, that is true. The political foundations did not quake; the graves of the Fathers did not fly open; the Constitution did not tear itself up. If you say people did not will it, that also is true. But if you say therefore it has not happened, then you have been so long bemused by words that your mind will not believe what the eye can see, even as in the jungle the terrified primitive, on meeting the lion, importunes magic by saying to himself, "He is not there." That a republic may vanish is an elementary schoolbook fact.
The Roman Republic passed into the Roman Empire, and yet never could a Roman citizen have said, "That was yesterday." Nor is the historian, with all the advantages of perspective, able to place that momentous event at any exact point on the dial of time. The Republic had a long unhappy twilight. It is agreed that the Empire began with Augustus Caesar. Several before him had played emperor and were destroyed.
The first who might have been called emperor in fact was Julius Caesar, who pretended not to want the crown and once publicly declined it. Whether he feared more the displeasure of the Roman populace or the daggers of the republicans is unknown. In his dreams he may have been seeing a bloodstained toga. His murder soon afterward was a desperate act of the dying republican tradition, and perfectly futile. His heir was Octavian, and it was a very bloody business, yet neither did Octavian call himself emperor.
On the contrary, he was most careful to observe the old legal forms. He restored the Senate. Later he made believe to restore the Republic, and caused coins to be struck in commemoration of that event. Having acquired by universal consent, as he afterward wrote, "complete dominion over everything, both by land and sea," he made a long and artful speech to the Senate, and ended it by saying: "And now I give back the Republic into your keeping. The laws, the troops, the treasury, the provinces, are all restored to you. May you guard them worthily."
The response of the Senate was to crown him with oak leaves, plant laurel trees at his gate and name him Augustus. After that he reigned for more than forty years and when he died the bones of the Republic were buried with him"
Publicada por CN em 14:39 0 comentários
Etiquetas: Textos de Carlos Novais
Confissão pública
Publicada por Miguel Madeira em 13:07 1 comentários
Thursday, August 20, 2009
Outro que se quer "eternizar no poder"? (II)
Colombia Senate Clears Way for Vote on Third Term:
Aug. 20(Bloomberg) -- Colombia’s Senate passed a bill that may pave the way for a national referendum on whether to allow President Alvaro Uribe to seek a third consecutive term in next year’s presidential election.
The Senate voted late yesterday 56-to-2 to approve the bill, which still needs to go through the lower house. If lawmakers vote in favor of the proposal on Aug. 25, it moves to the constitutional court for review.
The bill calls for a binding referendum to remove constitutional term limits and allow Uribe, who hasn’t disclosed his intentions about a third term, to run again in 2010. A referendum may be held by the end of the year.
“The lower house will be more of a challenge but the government is pushing extremely hard and momentum is gaining for a third term,” said Patrick Esteruelas, a Latin America risk analyst with Eurasia Group. “Uribe is clearly putting the entire weight of his presidency behind this and taking no prisoners.”
Ver também - Outro que se quer "eternizar" no poder? (18/06/2008)
Publicada por Miguel Madeira em 15:01 1 comentários
Principles of self-ownership and the original appropriation of unowned natural resources
Publicada por CN em 12:42 0 comentários
Etiquetas: anarquismo: socialismo vs. capitalismo, Textos de Carlos Novais
"La Familia", Mexico - simples traficantes ou algo mais?
Publicada por Miguel Madeira em 01:26 0 comentários
Wednesday, August 19, 2009
Zombies e relações internacionais
A structural realist would argue that, because of the uneven distribution of capabilities, some governments will be better placed to repulse the zombies than others. (...)The good news is that these same realists would argue that there is no inherent difference between human states and zombie states. Regardless of individual traits or domestic instiutions, human and zombie actors alike are subject to the same powerful constraint of anarchy.Therefore, the fundamental character of world politics would not be changed. Indeed, it might even be tactically wise to fashion temporary alliances with certain zonbie states as a way to balance against human states that try to exploit the situation with some kind of idealistic power grab made under the guise of "anti-zombieism." So, according to realism, the introduction of zombies would not fundamentally alter the character of world politics.
A liberal institutionalist would argue that zombies represent a classic externality problem of... dying and then existing in an undead state and trying to cause others to do the same. Clearly, the zombie issue would cross borders and affect all states -- so the benefits from policy coordination would be pretty massive.
This would give states a great opportunity to cooperate on the issue by quickly fashioning a World Zombie Organization (WZO) that would codify and promnulgate rules on how to deal with zombies. (....)
Now, avid followers of social constructivism (...) would posit that the zombie problem is what we make of it. That is to say, there are a number of possible emergent norms in response to zombies.(...)
Unfortunately, I fear that constructivists would predict a norm cascade from the rise of zombies. As more and more people embrace the zombie way of undead life, as it were, the remaining humans would feel social pressure to conform and eventually internalize the norms and practices of zombies -- kind of like the early-to-middle section of Shaun of the Dead. In the end, even humans would adopt zombie-constructed perceptions of right and wrong, and when it's apprpriate to grunt in a menacing manner.
Now, some would dispute whether neoconservatism is a systemic argument, but let's posit that it's a coherent IR theory. To its credit, the neoconservatives would recognize the zombie threat as an existential threat to the human way of life. Humans are from Earth, whereas zombies are from Hades -- clearly, neoconservatives would argue, zombies hate us for our freedom not to eat other humans' brains.
While the threat might be existential, accomodation or recognition are not options. Instead, neocons would quickly gear up an aggressive response to ensure human hegemony. However, the response would likely be to invade and occupy the central state in the zombie-affected area. After creating a human outpost in that place, humans in neighboring zombie-affected countries would be inspired to rise up and overthrow their own zombie overlords. Alas, while this could happen, a more likely outcone would be that, after the initial "Mission Accomplished" banner had been raised, a fresh wave of zombies would rise up, enmeshing the initial landing force -- which went in too light and was drawn down too quickly -- in a protracted, bloody stalemate.
Publicada por Miguel Madeira em 10:24 2 comentários
Etiquetas: temas algo peculiares
Tuesday, August 18, 2009
Altos salários e "controle operário"
Um post de Chris Dillow sobre o assunto:
Compass [uma organização da ala esquerda do Partido Trabalhista] wants the government to set up a High Pay Commission to limit top incomes. This is a bad idea. It’s an example of what Boffy (...) calls the Left’s “debilitating reliance on statism.”The thing is, high salaries lie along a spectrum. At one end, there are genuinely talented people who might be lost to the country if their wages are capped. Some of these might not be obviously overpaid: Cesc Fabregas (pbuh), for example, earns a third less than Frank Lampard. At the other extreme are pure rent-seekers, who owe their riches to the ability to climb corporate ladders or to the fact that they are in positions to rip off workers or shareholders. And there are many between these two poles - people who are good but not £1m a year good.However, a blanket cap on salaries cannot distinguish between all these different individuals. Which gives us a problem.If the cap is set low enough to hit rent-seekers, oppressors and exploiters, it risks driving away genuinely productive people. And if it’s set high enough to retain the latter, it’ll leave the power-grabber untouched.There is, though, an alternative to a government commission - workers’ control. Workers, far more than any ragbag of state-appointed “experts”, have an idea whether their high-paid bosses are clueless gobshites or genuinely good managers. And they have an incentive to distinguish between them. Rational workers would want to retain a talented manager, as he is best able to secure their jobs and improve their wages. And they have every need to get rid of the bad boss, as it’s their jobs that are threatened by his greedy incompetence.In this sense, I agree [that] collective action is better than state intervention. As long, that is, as we recognize that what’s needed is not workers’ pressure upon companies, but worker’s control: workers should hire bosses, not (just) bosses hire workers.So, high pay should be curbed (or not) not by the state but by workers themselves.
Publicada por Miguel Madeira em 22:53 1 comentários
Candidatos a primeiro "libertário" II
Parece-me que no caso de Samuel, é Deus que é mesmo o anarquista e o povo judeu é que não segue o seu conselho e insiste mesmo no soberano.
Publicada por CN em 17:28 1 comentários
Etiquetas: Textos de Carlos Novais
Candidatos a primeiro "libertário"
Publicada por Miguel Madeira em 15:33 0 comentários
Monday, August 17, 2009
Re: commerce would be a matter of rent-seeking
"7. The state is necessary for another reason, namely that “free competition is as unnatural as capitalism itself.” In absence of the state, commerce would be a matter of rent-seeking, a behavior only government regulation can prevent."
Por exemplo, todo o processo de inovação procura novos nichos de mercado onde pelo menos temporariamente existe aproximação a um rent-seeking inicial mas instável. Com um produto que fornece um salto tecnológico apreciável, tal como o telemóvel, é possível obter taxas de lucros elevadas inicialmente. Aliás, o desafio é criar produtos que as pessoas mais do que estão dispostas a voluntariamente pagar um preço bem acima do seu custo. Ter conta que mesmo nestes casos, os lucros acumulados são a origem de investimento adicional e contínuo pelas empresas bem sucedidas.
O que impede com eficácia a persistência de lucros anormais e mantém o incentivo institucional é assegurar a livre entrada de novos concorrentes. A chamada "regulação" na verdade esconde muitas vezes barreiras à entrada a novos concorrentes que vão ou poderiam vender o mesmo ou parecido ou um substituto por menor preço, fazendo desaparecer os chamados lucros anormais. Assim, a primeira função de um regulador devia ser assegurar o mínimo de barreiras à entrada.
E diria até que as grandes empresas são precisamente aquelas a gostar da regulação complexa e até de impostos ou taxas para financiar o regulador. Uns e outros levantam barreiras ao pequeno e médio empresário potencial no mesmo sector, consolidando assim um rent seeking (e por vezes confunde-se a presença de um regulador com o próprio sistema judicial onde devia ser este a tratar do assunto, providenciando queixas contratuais e indemnizações civis e no limite penais).
Costumo chamar a atenção que existe uma actividade cuja taxa de lucro se pode aproximar muitas vezes do infinito: a arte ou se calhar de forma genérica toda a actividade mais criativa. A pintura por exemplo, pode consumir muito poucos recursos mas o preço de venda representar um lucro em percentagem dos custos elevadíssimo.
Existe outro factor "regulado" e imposto pelo Estado que favorece o rent seeking: o sistema de patentes (diferente do copyright que se destina - ou devia destinar-se - mais a identificar um dado produto com o seu criador mais do que impedir que uma dada lei da natureza seja utilizada por terceiros) que confere um monopólio artificial de rent-seeking a uma ideia, algo que não se gasta, não é "ocupada" impedindo por natureza terceiros de o "ocupar" ou usufruir, ao contrário da propriedade real.
Publicada por CN em 16:54 0 comentários
Etiquetas: Textos de Carlos Novais
Re: "“Therefore, the capitalist order is not natural. "
Existem vários problemas com estas afirmações e vários comentários parecem-me necessários: 1- O autor parece considerar "natural" a posse de terra e (supõe-se) o produto do seu trabalho nessa terra. O "capitalismo" no sentido "libertarian" começa pela premissa no igual direito de todos em poder apropriar-se de "terra" sem proprietário e fazer dela sua, ao ocupar e trabalhar nela ("homesteading principle": "mixing is labor with the land" disse John Locke). Uma grande vantagem desta definição é ser intuitiva e resolver problemas de simples ocupação, tipo, a pessoa X (ou o Estado Y) descobre um Continente e considera que o novo Continente passa a ser de X. A premissa da escala humana de ocupação e uso, delimita em muito algumas questões. 2- Assim a posse e/ou a produção tenha lugar, a possibilidade de troca [processo pelo qual duas partes necessariamente ganharão ex-ante (ainda que post-ante possam observar ou vir a considerar que não) assim seja voluntária e não coerciva] de "posses" aparece também como “natural” (a alternativa seria considerar a posse e auto-suficiência como “natural” mas a troca voluntária “não-natural”). A lei das vantagens comparativas (normalmente citada para as trocas internacionais enunciada por Ricardo) aplica-se na realidade à cooperação das pessoas entre si, por exemplo, numa aldeia. A especialização do trabalho (vários tipos de cultura agrícola, construção e reparação de utensílios, etc.) e troca permite aumentar a produtividade geral da aldeia e isso é intuído e evolui "naturalmente". 3- Uma moeda "natural" será apenas um (ou mais) qualquer produto ou material, que as pessoas começam a usar com frequência como meio de troca, sendo que é natural que essa matéria seja algo cuja nova produção não ponha em causa (a produção será apenas uma pequena parte do stock disponível para uso já existente) em termos relativos, de forma significativa, a quantidade de stock existente em cada momento disponível, o ouro e prata, cuja actividade de prospecção começará honestamente pela iniciativa de alguém que culminará na posse de um terreno adquirido por "homesteading principle" (visível na história de novas descobertas). O ouro e prata serão apenas o produto de trabalho de alguém, uma matéria real cujos meios de produção se esperam que tenham sido legitimamente adquiridos e a partir daí sujeita à possibilidade de troca com outras matérias produzidas por outros. 4- A existência de um meio de troca potencia a especialização progressiva do trabalho, decorrente de relações sociais de troca mais complexas (de força de trabalho por exemplo, por uma dada quantidade de ouro ou prata ou outra matéria) e dada a expectativa (sujeita a variações) de fácil subsequente troca por outras coisas. 5- Portanto, eu diria, que, pelo menos na presença de uma moeda "natural" (o ouro e prata só não serão usados hoje em dia porque foram confiscados em larga escala pelos Estados e Bancos e o seu uso proibido), as trocas continuam a ser "naturais" e o capitalismo "natural". A produção de moeda equivale a tomar a posse e trabalhar a terra e a trocar essa moeda por outros produtos. 6- Se hoje a moeda não é "natural", e equivale a títulos virtuais e esvaziados de economia real, que são produzidos a custo zero (ou quase) pelo sistema bancário e Estado (num conluio que tem tanto de consciente como de inconsciente), principalmente para conceder novo crédito sem que seja necessária a poupança física e real desse ouro/prata, e que fomenta os ciclos económicos de bolhas e crises financeiras, e onde a concentração de propriedade pode ser possível pela manipulação não-real dessa moeda "não-natural-não-real", isso deve-se a ausência de capitalismo "natural".
Publicada por CN em 13:20 0 comentários
Etiquetas: anarquismo: socialismo vs. capitalismo, Textos de Carlos Novais
Turks & Caicos - o regresso do Império Britânico?
Publicada por Miguel Madeira em 09:49 0 comentários
Sunday, August 16, 2009
O Estado e o Capitalismo
Sorin's arguments are directed primarily at the “anarcho-libertarians” who, like the Marxists, would have a “withering away of the state.” (...) However, it must be noted that in “defending” capitalism, Mr. Cucerai raises questions that challenge its very legitimacy. Indeed, Marx in his attacks on capitalism never said anything as negative about that system as Mr. Cucerai does in its “defense.It is important to understand Mr. Cucerai's argument in its elegant simplicity. I summarize it as follows:
Men naturally seek direct access to the means of subsistence, usually in the form of their own land or tools.
This access makes a man less dependent on his neighbors and therefore less dependent on the markets.
But capitalism is the condition of dependence on the market for one's very subsistence. Therefore, “the fundamental condition for the existence of a capitalist order is the absence of the individual autonomy in the sense of owing the source of your food,” and of forcing people to seek a monetary source of subsistence. This is not a natural condition, as is owning one's own land, because “People do not search instinctively for a source of monetary revenue.” They do so only because they are forced to do so.
“Capitalism is made possible only if this natural process is interrupted by an instrument that makes sure nobody could have access to food and shelter unless a monetary revenue is used as an intermediary.”
“Therefore, the capitalist order is not natural. Such an order can be maintained only if there is an institutional arrangement which prevents the individual from not engaging in commercial relations through the agency of money.”
That “institutional arrangement” is a government that requires people to pay taxes and fees only in the form of money. Only the state can perform this coercive function upon which capitalism depends. “The source of the revenue gets prominence over the source of food; the commercial relations are widespread because, basically, it is impossible to avoid them.”
The state is necessary for another reason, namely that “free competition is as unnatural as capitalism itself.” In absence of the state, commerce would be a matter of rent-seeking, a behavior only government regulation can prevent.
Paradoxically, the “freedom and prosperity of capitalism” are possible only “by denying people direct access to food and shelter.” In order to have this capitalist “freedom,” we must be alienated from our own nature. But if this is done, then “he breech created between us and our nature- and between us and nature in general - open a space previously unknown to human freedom and it is a form of civilization.”
Because of this fundamental alienation from nature, “ any individual that lives in the capitalist order is a fundamentally precarious being, of a radical frailty. It is the precariousness of the one who has no firm ground under his feet.”
What is remarkable about this chain of reasoning is that it can be read as either an attack or a defense of capitalism. Indeed, it is difficult to discern, from within the argument itself, which way it will turn out. Mr. Cucerai offers only an instrumental defense of capitalism, namely that it will result in more goods and higher wages.
Publicada por Miguel Madeira em 01:42 0 comentários
Friday, August 14, 2009
Obama e Ron Paul
Publicada por Miguel Madeira em 11:43 5 comentários
Re: Re: "Anarchy, Monopoly, and Predation [pdf]" ou como refutar o anarquismo é defender um Estado Mundial
Publicada por Miguel Madeira em 01:21 1 comentários
A Gene for Liberty?
Butler Shaffer : I have long wondered if there is a genetic predisposition for liberty. This question was revisited, recently, when my wife took one of my two-year old grandchildren to a zoo. The child had a prolonged interest in an owl that was housed in a cage, then said to my wife: “he wants to get out.” After a short pause, the two-year old then said: “let’s break the cage.” LRCBlog
Publicada por CN em 00:01 5 comentários
Etiquetas: anarquismo: socialismo vs. capitalismo, Textos de Carlos Novais
Thursday, August 13, 2009
Prémio Comprometidos Y Más 2009
Publicada por Miguel Madeira em 23:50 1 comentários
Re: "Anarchy, Monopoly, and Predation [pdf]" ou como refutar o anarquismo é defender um Estado Mundial
"por Peter Leeson, criticando a ideia de um anarco-capitalismo assente em "comunidades proprietárias"
Publicada por CN em 16:22 0 comentários
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Wednesday, August 12, 2009
Chris Matthews Unloads On Protester Who Carried Gun To Obama Event
O que eu destaco é a calma e a resposta articulada, quase perfeita, de William Kostric, (um anónimo apoiante de Ron Paul) algures em New Hampshire onde é permitida a posse de armas registadas. Um bom sinal para a "alternative right".
Publicada por CN em 12:52 4 comentários
Etiquetas: Textos de Carlos Novais
Tuesday, August 11, 2009
Leituras
Survival of the Unfittest: How Dodos Become Managers, um paper sobre o recrutamento de gestores: a tese é de que os gestores tendem a avaliar os potenciais "futuros gestores" pelas competências que eles (os gestores) dominam melhor, levando a que, ao longo do tempo, as competências dos gestores vão ficando cada vez mais restritas.
August is Honduran Constitutional Law Month! e
The Public Prosecutor's Accusations of President Zelaya, no Honduras Coup 2009, sobre a "legalidade" da destituição de Manuel Zelaya.
El ganador se lo lleva todo con la fórmula mayoritaria de la LOPE, em laclasse.info, sobre a adopção de uma lei eleitoral predominantemente maioritária e uninominal na Venezuela (se uma lei desse género fosse proposta em Portugal, o que diriam muitos admiradores de Chavéz?).
A Missed Opportunity on Climate Change, por Greg Mankiw, sobre as vantagens dos direitos de poluição num sistema de cap-and-trade serem atribuidos por leilão.
Publicada por Miguel Madeira em 14:17 1 comentários
Afinal o "neo-liberalismo" sempre existe
Publicada por Miguel Madeira em 13:28 2 comentários
31 da Armada, Herdade da Lameira e ilegalidades
Publicada por Miguel Madeira em 12:42 3 comentários
Monday, August 10, 2009
Saturday, August 08, 2009
Friday, August 07, 2009
Usam o eMule ou o Rapidshare?
Publicada por Miguel Madeira em 22:59 0 comentários
Etiquetas: Propriedade Intelectual?
Thursday, August 06, 2009
O eterno regresso do caso Maddie
Publicada por Miguel Madeira em 13:29 1 comentários
Ainda a progressividade fiscal (II)
Publicada por Miguel Madeira em 11:04 0 comentários
Propriedade, gestão e "controle operário"
Ownership, control & workers, por Chris Dillow:
[S]hareholders currently attach only a smallish value to voting rights. We can get a clue of this from Schroders, one of the few UK firms which still has voting and non-voting shares. The former are priced at a premium to non-voting shares of 15.9%.
So, why don’t we go more radical than Myners? Why not transfer voting and control rights from shareholders to workers. The case for doing so is straightforward. Workers are less diversified than shareholders, so they have more skin in the game of ensuring that companies are well-run. Because they are insiders, they can tell better than outsiders when a firm is doing well or not. And shared capitalism increases corporate efficiency, so why not push it further?
The counter-argument is also straightforward. If workers had power, they would enrich themselves by seizing current and future dividends. So shares would become worthless. The explicit voting premium is small only because non-voters can shelter behind voting shareholders.
All this raises the question. Is it possible for shareholders to write some sort of contract with workers - analogous to their contract with chief executives - which allow for the net present value of dividends to be maximized (more or less) whilst at the same time empowering workers to manage firms better?
If the answer is yes, then we have an opportunity to move towards a genuine stakeholder capitalism.
If it’s no, then Marxists have been right all along - there is an irreconcilable conflict of interest between workers and capitalists.
(A third possible argument is that workers actually gain from having shareholders appoint skilful managers. I mention this only to exhaust the logical possibilities, not because it is a credible alternative.)
Publicada por Miguel Madeira em 09:53 0 comentários
Wednesday, August 05, 2009
Censuras latino-americanss
Parallel censorship, no Bloggings by boz:
Here's the story:
The government shuts down radio stations that aren't fully supportive of government policies. Some radio stations try to stay open. Protesters show their support for the radio stations. Protesters and journalists are attacked.
What's amazing is this exact same story has happened in two different countries this week. To watch the governments of Honduras and Venezuela work to censor the media has been like watching a synchronized swim team.Amusing, if it wasn't such a serious subject, is the fact that the pro-Micheletti media has been criticizing Chavez's censorship while the pro-Chavez media has been criticizing Micheletti's censorship, neither recognizing their own hypocrisy.
Publicada por Miguel Madeira em 17:32 0 comentários
Tuesday, August 04, 2009
A liberdade de pensamento individual dentro de uma organização
Publicada por Miguel Madeira em 20:51 1 comentários
Tele-vigilância ao domicílio
Publicada por Miguel Madeira em 16:03 1 comentários
Monday, August 03, 2009
Ainda a progressividade fiscal
Ora isso (grande parte do IRS ser pago ou não pela classe alta) é, por si, irrelevante para avaliar da progressividade ou não do imposto.
Feito a pensar no contexto bitânico (onde está a haver uma discussão muito semelhante), este exemplo extremo revela bem isso:
Imagine a society of 100 people run by a rapacious dictator and his henchmen. This dictator has an income of 1000 and his four henchmen an income of 500. The other 95 people have an income of 10. And imagine too that the dictator has rigged the tax system so that he and his cronies pay 10% of their income in tax whilst the other 95 pay 20%.
Is this society just or equal?Most of us would say not. Most of us, that is, except Fraser Nelson.
He says:The richest 1% of this country pay 23% of all income tax collected in 2008-09. The richest 5% pay 42% of the tax. These ratios should warm the heart of the most ardent redistributionist.
They shouldn’t. Think of the equivalent figures in my example. The richest 1% of earners - the dictator - pays 20.4% of all tax.
The top 5% pays 61.2% of all tax. But these ratios, and this society, would not “warm the heart” of any redistributionist.
My example shows that if inequality is high enough, even a regressive tax system will involve the rich paying a large share of tax.
What’s more, if inequality rises, so too will these ratios. If our dictator and his cronies rob the poor of half their income and divide it among themselves, the share of total taxes paid by the top 1% will rise from 20.4% to 24.7%, whilst the share paid by the top 5% will rise to 78.5%. By Fraser’s reckoning, our society has become more redistributionist. Which it has - but in precisely the opposite direction that Fraser would think.
So, the share of taxes paid by the rich tells us nothing about whether society is equal or the tax system progressive. To believe they do is to commit a plain logical error.
Publicada por Miguel Madeira em 14:39 1 comentários
A minha participação no "Descubra as Diferenças" - rescaldo
Publicada por Miguel Madeira em 13:38 5 comentários