Saturday, October 31, 2009

Acordo nas Honduras?

Parece que sim, ou será que não?

Friday, October 30, 2009

Aversos ao risco?

Há alguma prova de que os portugueses sejam avessos ao risco, como frequentemente se diz?

Thursday, October 29, 2009

Estereotipos e resultados escolares

Stereotypes, schools & inequality, por Chris Dillow, sobre a influência que os estéreotipos étnicos e sociais têm, quer sobre a visão que os professores têm sobre o desempenho da cada aluno, quer sobre sobre os próprios alunos (que, aparentemente, se auto-influenciam pelos seus estéreotipos).

Test Scores, Subjective Assessment and Stereotyping of Ethnic Minorities [pdf], por Simon Burgess and Ellen Greaves, um paper da Universidade de Bristol indicando isso acerca dos professores e da avaliação que fazem dos alunos (comparando a avaliação interna que os professores fazem dos alunos com os resultados de avaliações externas, parece que a probabilidade de um aluno ser sub-avaliado pelo professor é maior para os alunos negros, paquistaneses ou pobres).

Stereotype Susceptibility: Shifts in Quantitative Performance from Socio-Cultural Identification, uma experiência feita nos EUA - pegou-se num grupo de raparigas de origem asiática e dividiu-se ao acaso em 3 subgrupos; a um dos grupos foram-lhe colocadas questões relacionadas com o facto de serem mulheres; a outro com o facto de serem asiáticas; ao terceiro grupo foram colocadas questões que não tinham a ver nem com o seu género nem com a sua raça. De seguida, deram-lhes um teste de matemática - o grupo a que, antes do teste, foi "lembrada" a origem asiática (um grupo que, nos EUA, tem fama de ser bom a matemática) teve os melhores resultados; o grupo a que foi "lembrado" o facto de serem mulheres teves os piores

Porque o liberalismo está condenado ao fracasso (VI)

Esta minha série de posts pode parecer estranha: afinal, a minha área politica não anda sempre a dizer que a ofensiva neo-liberal está cada vez mais intensa e ameaçadora?

Dois pontos: em primeiro lugar, aquilo a que nós chamamos "neo-liberalismo" não é o liberalismo no sentido tradicional da palavra (eu até acho que, assim, deviamos chamar-lhe outro nome); em segundo lugar, eu acho que o "neo-liberalismo" actual é transitório, e que em breve haverá uma viragem, ou no sentido da esquerda radical, ou no sentido de algo parecido ao fascismo.

Para finalizar, repito o que disse ao principio: esta série de posts pretende ser apenas um juizo de facto sobre a possibilidade do liberalismo clássico, de tipo minarquista, conseguir fazer valer a sua agenda; tentei não meter aqui os meus juizos de valor sobre o liberalismo (que, como sabem, são mais negativos do que positivos).

Porque o liberalismo está condenado ao fracasso (V)

Já agora, ocorre-me mais uma fraqueza intrinseca do liberalismo:

a maior parte das pessoas desenvolvem as suas ideias políticas indutivamente, isto é, pegam nas suas experiências do dia-a-dia e generalizam; nomeadamente, não é raro desenvolverem as suas ideias sobre a sociedade global e sobre o Estado a partir das experiências que têm nas micro-sociedades em que se integram (empresa, familia, etc.) - p.ex., se observarem um grupo de pessoas a discutirem a regionalização, quase de certeza que começam a dar exemplos (a favor ou contra) derivados das reorganizações na empresa onde trabalham (adepto da regionalização: "desde que o responsável passou a estar em Lisboa, isto já não funciona como devia - até o jardim está ao abandono"; adversário: "lá onde trabalho, fizeram uma descentralização e só serviu para criar mais chefes; agora queremos uma coisas, temos que passar por não sei quantos pessoas").

Ora, acho que é dificil chegar ao liberalismo a partir dessa generalização do "micro" para o "macro". É verdade que há experiências a nivel "micro" que até poderiam convencer alguém das vantagens da iniciativa individual sobre a direção centralizada; p.ex., um aluno pode achar que aprende melhor lendo sozinho do que ouvindo o professor falando na aula; um trabalhador pode achar que é mais produtivo quando o deixam fazer as coisas à sua maneira do que quando os gestores de topo vêem "com ideias". No entanto, como (em partes por razões intrinsecas, em parte devido à sua parceria estratégica com o conservadorismo), hoje em dia, o liberalismo até está muito associado a temas e ideias como a autoridade dos professores ou ao papel "fundamental" dos gestores numa organização, é dificil alguém se converter ao liberalismo por essa via (por outras palavras, o liberalismo é critico dos mecanismo top-down a nivel macro-social mas muitas vezes é a favor a nivel micro-social, o que cria uma especie de dissonância intelectual).

Compare-se com as outras ideologias que, quer estejam a falar da familia, de uma sala de aula, de um local de trabalho, do país ou das relações internacionais, normalmente defendem sempre a mesma coisa: para a esquerda radical, "de um lado estão os oprimidos, do outro os opressores"*; para a esquerda moderada, "é necessário dialogar e tentar chegar a uma solução do agrado de todas as partes interessadas"; para a direita clássica, "é preciso uma liderança forte".

Até se pode argumentar que há muitas situações em que o que funciona num pequeno grupo não é o melhor para um grande; mas, mesmo que logicamente seja esse o caso, é dificil psicologicamente chegar a essa conclusão.

*bem, hoje em dia não é muito o caso no que respeita à sala de aula, já que provavelmente a maior parte dos radicais de esquerda são professores...

Porque o liberalismo está condenado ao fracasso (IV)

Nos dois posts anteriores, assumi que a oposição ao liberalismo viria sobretudo "de baixo", dos eleitores de baixos rendimentos querendo redistribuir a riqueza.

Há um possivel argumento segundo o qual que o grande capital também poderá ser "anti-liberal", se se aceitar dois pressupostos:

a) as grandes empresas tem mais acesso aos decisores politicos que as pequenas

b) muitos dos motivos pelos qual os liberais dizem que o Estado é menos eficiente que o mercado (pouca inforamção dos decisores centrais, distorção dos incentivos, etc.) também implicarão que as grandes empresas sejam menos eficientes que as pequenas

Logo, se aceitarmos estes dois pressupostos (eu concordo com o primeiro, mas tenho dúvidas face ao segundo), seria de esperar que as grandes empresas tendem utilizar a sua maior influência politica para contrabalançar a sua relativa ineficiência económica, através de legislação que distorça a concorrência a seu favor (através de regulamentação, licenciamentos, patentes, etc.)

[a ala esquerda do anarco-capitalismo segue muito esta linha]

Mas, mesmo que aceitemos isso, provavelmente até reforçaria a minha tese do fracasso inevitável do liberalismo clássico, já que quereria dizer que o liberalismo iria ser atacado tanto "de baixo" como "de cima".

Porque o liberalismo está condenado ao fracasso (III)

Já vimos porque o liberalismo democrático não funciona; e o liberalismo anti-democrático, à maneira das cartas constitucionais e dos sufrágios censitários do século XIX?

Também não funciona, porque é intrinsicamente instável:

Em última instância, um governo só funciona porque os seus súbditos aceitam obedecer-lhe, e essa obediência deriva, ou do medo, ou do respeito/deferência, ou da convicção que o "o governo somos nós".

Ora, num regime "liberal oligárquico", tanto o medo ou a deferência não funcionam: num regime com liberdade de imprensa, debate político, oposição institucionalizada, alternância no poder entre facções rivais, etc. dificilmente "o povo" sentirá medo dos governantes; e também dificilmente os achará "seres superiores e/ou ungidos por Deus"; assim, dificilmente a maioria aceitará ser dirigida por uma minoria.

Desta forma, um regime liberal oligárquico estará sujeito a uma pressão constante para alargar o poder até chegar à democracia - olhe-se para a Europa da século XIX, para Atenas ou para Roma antiga: a partir do momento em que a monarquia autoritária foi derrubada (para ser substituida pela monarquia constitucional ou pela republica oligárquica), a história dessas sociedades foi a da luta constante da "plebe" para a maior participação no governo.

[Aliás, muitos dos argumentos usados pelos defensores do regime censitário acabam, paradoxalmente, por se virarem contra ele - quando dizem "o sufrágio universal é mau porque leva a que a maioria que paga poucos impostos use o poder do Estado para ter subsidios e serviços à borla" isso soa ao ouvidos da maioria como um argumento a favor da democracia e, já agora, do Estado Social]


Ou seja, se um Estado não quiser ser uma democracia, só tem duas alternativas - ou uma ditadura brutal, que impõe o seu poder pelo terror e pelo medo; ou um regime autoritário tradicional (como as monarquias pré-modernas), que se impõe pelo simples hábito da obediência aos superiores.

Porque o liberalismo está condenado ao fracasso (II)

A respeito da razão porque o liberalismo não pode sobreviver a prazo num regime democrático, já muito foi escrito: ao contrário da maior parte das diferenças/desigualdades naturais (peso, altura, força, QI, etc.) as distribuições do rendimento e da riqueza não seguem uma curva normal (em "sino", com sensivelmente metade da população abaixo e outra metade acima da média) - normalmente há muito mais gente abaixo do que acima da média.

Assim, num regime democrático a maioria relativamente "pobre" tenderá a querer usar o poder do Estado para redistribuir a riqueza a seu favor, da minoriarelativamente "rica".

Pode-se encher a Constituição de "blindagens" a impedir tal coisa que não resulta: as blindagens constitucionais não saltam dos livros para impedir a Constituição de ser violada, precisam de alguém que as faça cumprir. Basicamente, se os orgãos de soberania e uma maioria relevante da população estarem de acordo em passarem por cima da Constituição, vão passar, seja "reinterpretando" a Constituição, à maneira dos EUA, seja, simplesmente, convocando uma Assembleia Constituinte e redigindo uma nova Constituição.

Mesmo que o exército decida "proteger a Constituição" e afastar os governantes, isso será sempre "destruir a Constituição para a salvar": se o exército afasta o governo eleito e ocupa as ruas para impedir uma contra-insurreição da presumível maioria pró-governamental, então a Constituição e o liberalismo foram pela janela de qualquer maneira.

Porque o liberalismo está condenado ao fracasso (I)

Alí em baixo escrevi que "o liberalismo conservador também está condenado ao fracasso". Neste post e nos seguintes vou tentar demonstrar porque acho que o "liberalismo clássico" está condenado ao fracasso.

Duas ressalvas:

- Isto aplica-se apenas ao liberalismo "minarquista", não ao anarco-capitalismo (algumas teses que vou expôr até são parecidas com estas)

- Não estou necessariamente a dizer que o liberalismo seja mau (ou bom...); vou fazer apenas um juizo de facto sobre a possibilidade do liberalismo conseguir sobreviver como modelo de sociedade, não um juizo de valor sobre a sua desejabilidade

Os textos:

- Porque o liberalismo está condenado ao fracasso (II)
- Porque o liberalismo está condenado ao fracasso (III)
- Porque o liberalismo está condenado ao fracasso (IV)
- Porque o liberalismo está condenado ao fracasso (V)
- Porque o liberalismo está condenado ao fracasso (VI)

Anarchocapitalism

Mais um que se deixou morder pela inevitabilidade lógica: (um académico formado em Direito e Economia, empresário na empresa centenária de seguros da família aristocrata), e animador do http://www.juandemariana.org/ (o novo instituto de libertários e ancaps espanhois):



"(..)Once the state exists, it is impossible to limit the expansion of its power.(...) Nevertheless, the historical analysis is irrefutable: the state has not ceased to grow.[6] And it has not ceased to grow because the mixture of human nature and the state, as an institution with a monopoly on violence, is "explosive." The state acts as an irresistibly powerful magnet which attracts and propels the basest passions, vices, and facets of human nature. People attempt to sidestep the state's commands yet take advantage of its monopolistic power as much as possible.

Moreover, in democratic contexts particularly, the combined effect of the action of privileged interest groups, the phenomena of government shortsightedness and vote buying, the megalomaniacal nature of politicians, and the irresponsibility and blindness of bureaucracies amounts to a dangerously unstable and explosive cocktail. This mixture is continually shaken by social, economic, and political crises which, paradoxically, politicians and social "leaders" never fail to use as justification for subsequent doses of intervention, and these merely create new problems while exacerbating existing ones even further.

The state has become the "idol" everyone turns to and worships. Statolatry is without a doubt the most serious and dangerous social disease of our time. We are taught to believe all problems can and should be detected in time and solved by the state. Our destiny lies in the hands of the state, and the politicians who govern it must guarantee us everything our well-being demands. Human beings remain immature and rebel against their own creative nature (an essential quality which makes their future inescapably uncertain).

They demand a crystal ball to ensure not only that they know what will happen in the future, but also that any problems which arise will be resolved. This "infantilization" of the masses is deliberately fostered by politicians and social leaders, since in this way they publicly justify their existence and guarantee their popularity, predominance, and governing capacity. Furthermore, a legion of intellectuals, professors, and social engineers join in this arrogant binge of power.

(...) In fact, the state has managed something which might appear impossible a priori: it has slyly and systematically distracted the citizenry from the fact that the true origin of social conflicts and evils lies with the government itself, by creating scapegoats everywhere ("capitalism," the desire for profit, private property). The state then places the blame for problems on these scapegoats and makes them the target of popular anger and of the severest and most emphatic condemnation from moral and religious leaders, almost none of whom has seen through the deception nor dared until now to denounce that in this century, statolatry represents the chief threat to religion, morality, and thus, human civilization.[7]

(...)

Conclusion: The Revolutionary Implications of the New Paradigm

Anarchocapitalism (or "libertarianism") is the purest representation of the spontaneous market order in which all services, including those of defining law, justice, and public order, are provided through an exclusively voluntary process of social cooperation, which thus becomes the focal point of research in modern economic science. In this system, no area is closed to the drive of human creativity and entrepreneurial coordination, and hence efficiency and fairness increase in the solution of problems, and all of the conflicts, inefficiencies, and maladjustments which bodies with a monopoly on violence (states) invariably cause simply by virtue of existing, are eradicated.

(...)

It is absolutely necessary to overcome the "utopian liberalism" of our predecessors, the classical liberals, who were both naïve in thinking the state could be limited, and incoherent in failing to carry their ideas to their logical conclusion and accept the implications. Hence, today, with the 21st century well under way, our top priority should be to allow the (utopian and naïve) classical liberalism of the 19th century to be superseded by its new, truly scientific, and modern formulation, which we could call libertarian capitalism, private property anarchism, or simply, anarchocapitalism. For it makes no sense for liberals to continue saying the same things they said one hundred fifty years ago when, well into the 21st century, and despite the fall of the Berlin Wall nearly twenty years ago, states have not ceased to grow and encroach upon people's individual freedoms in all areas.

For instance, the anarchocapitalist political agenda will include ever reducing the size and power of states. Through regional and local decentralization in all areas, libertarian nationalism, the reintroduction of city-states, and secession,[11] the aim will be to block the dictatorship of the majority over the minority and to permit people to increasingly "vote with their feet" rather than with ballots. In short, the goal is for people to be able to collaborate with each other on a worldwide scale and across borders, to achieve the most varied ends without regard to states (religious organizations, private clubs, Internet networks, etc.).[12]

Sinais: "Porn Maker Turned Farmer"

Oct. 29 (Bloomberg) -- Ganari Takahashi’s first career, making pornographic movies, made him $10 million. He hopes his second, growing fruit and vegetables, will help upend a farming system that costs Japanese taxpayers $45 billion a year.

He’s one of an increasing number of Japanese farmers who say they can make a profit by leaving the world’s most heavily subsidized agricultural industry and selling directly to consumers rather than through the national cooperative.

“Profitable farming is the same as pornography,” Takahashi, 50, said in an interview near the 3.2 hectares (7.9 acres) of farmland near Tokyo he bought in 2006. “You have to create an image and make it cool.” He sells eggplants and peppers online and at his vegetable-themed restaurants.

Farmers like Takahashi are challenging Japan Agricultural Cooperatives Group, the country’s dominant distributor of rice and vegetables, which sets the price of everything from feed to fertilizer for its members. Their initiative may help cut subsidies as Japan’s new government struggles to contain spending, as well as lower prices for consumers and make trade agreements easier, said academic Masayoshi Honma.

“This is already happening,” said Honma, a professor of agriculture at the University of Tokyo. “These farmers are smart. They’re looking at the market and making their own decisions.”

Tuesday, October 27, 2009

Re: a Direita que a Esquerda quer


Por mim, esclareço desde já que não quero (nem deixo de querer...) que a direita ou os liberais não sejam "conservadores"; nomedamente, acho que a combinação que algumas pessoas (estilo Reason) tentam fazer entre a defesa do liberalismo e do capitalismo e o "progressismo" em questões sociais está condenada ao fracasso, por uma razão: a empresa capitalista é uma instituição hierarquizada, logo necessita que na familia, na escola, etc. os futuros empregados sejam ensinados a respeitar os seus "superiores" - assim, acho que o capitalismo é inseparável do conservadorismo social (diga-se que também acho que o "liberalismo conservador" também está condenado ao fracasso, mas isso é outra história).

E de uma perspectiva puramente interesseira, também é útil à esquerda que a direita e os liberais sejam conservadores: há um grande mercado eleitoral (nomeadamente na classe média urbana/"lugares contraditórios de classe entre a pequena burguesia e o proletariado") de pessoas "progressistas" em questões sociais e relativamente agnósticas em questões económicas, que assim caem para a esquerda; é verdade que (nomeadamente nalguns sectores do classe operária tradicional) também há eleitores socialmente "conservadores" e economicamente de esquerda, mas nesses a identificação económica costuma prevalecer sobre as questões sociais.

No entanto, Rui A. escreve:

"A razão reside no facto de que alguma direita partilha dos pressupostos do liberalismo clássico, enquanto que a esquerda é sempre, pelo menos, estatista, voluntarista e igualitarista. "

Nem toda a esquerda é "estatista" - mesmo deixando de lado os que pretendem "abolir o Estado aos poucos" (que, quando chegaram ao poder, muitas vezes o que o que fizeram foi reforçá-lo), ainda há a esquerda que o pretende abolir de uma só vez (afinal, era o próprio Rui A. que há tempos falava de Proudhon). E, mesmo dentro dos limites do debate politico nas democracias ocidentais, há muitas questões em que é a esquerda (ou alguma esquerda) que é anti-estatista (p.ex., prisão preventiva, propriedade intelectual, etc.).

Já agora, qual é a grande contradição entre o "voluntarismo" e o liberalismo clássico? O liberal é o Rui, não eu, mas imagino que, se uma sociedade tiver caracteristicas que violem os principios liberais (p.ex., escravatura, assassinios de honra, titulos de propriedade ilegitimos, etc.), um liberal tentará, "voluntaristicamente", alterar essa sociedade, sem ficar à espera que a sociedade evolua por si, ou não? Ou estou a interpretar mal o significado de "voluntarismo" e/ou de "liberal"?

Alías, até há uma esquerda que defende "[a] propriedade, [a] liberdade económica, [o] estado mínimo e [o] governo limitado pelos valores do individualismo." - o anarquismo individualista (isto, assumindo que a anarquia conta como "estado mínimo" e "governo limitado" - querem estado mais mínimo e governo mais limitado do que isso?); Benjamin Tucker até chegou a escrever que a sua doutrina era a "escola de Machester" levada às ultimas consequências (mas pronto, é uma escola tão pequena e praticamente extinta, logo podemos descartá-la).

Finalmente, acerca da tese que "é que esta diluição dos conceitos de esquerda e de direita aproveita invariavelmente à primeira e prejudica sempre a segunda"; bem, eu sempre ouvi dizer que, quando alguém diz que não há esquerda e direita, isso é a prova que esse alguém é de direita, o que parece ir em sentido contrário. A mim, parece-me que tudo o que diminua a polarização direita-esquerda é benéfico para a direita, por uma razão muito simples - a maior parte das pessoas é beneficiária liquida das politicas redistributivas do "estado social", logo num confronto fortemente polarizado entre esquerda e direita, a esquerda ganha. Em contrapartida, veja-se a Polónia, em que o confronto politico passou a ser entre direita liberal e direita conservadora; a esquerda polaca ganhou algo com isso? Parece-me que não.

Será que o santuário de Lourdes também irá ser processsado?

Gatos e Cães


Sem concordar necessariamente com as opiniões de tipo social e racial (em muitos pontos discordando completamente) expressas pelo autor, sugiro a leitura de Cats and Dogs, de H.P. Lovecraft.
"It is no compliment to be the stupidly idolised master of a dog whose instinct it is to idolise, but it is a very distinct tribute to be chosen as the friend and confidant of a philosophic cat who is wholly his own master and could easily choose another companion if he found such a one more agreeable and interesting."
Diga-se que é um texto datado nalguns aspectos: nomeadamente, penso que uma das observações que Lovecraft faz perdeu o sentido com a criação do gato sphiynx, 40 anos mais tarde, em 1966 (o artigo é de 1926).

Monday, October 26, 2009

Isto será literal ou metafórico?

Henrique Raposo no Expresso sobre os confrontos no Rio de Janeiro:

"O bandido que mandou abatér o helicóptero é idêntico aos cavaleiros medievais, aqueles que tinham sub-soberanias dentro dos reinos Na era das trevas, o rei era apenas o primus inter pares. Na prisão (...) esse cavaleiro 'favelado' é quase tão soberano como você, Presidente Lula. A favela é a soberania dele. Quem mandou meter um helicoptero no espaço aéreo do moço? Aqui na Europa, seu Lula, os reis só conseguiram controlar essas soberanias mafiosas pela via da porrada. Se o cavaleiro erguia uma muralha, o rei começava logo a brincar de Guilherme Tell com canhões fumegantes a catapultas feéricas. Você tem de fazer o mesmo, Presidente. Exprimente jogar napalm na favela, e mande o Coppola filmar o acto
Diga-se que não estava à espera, por parte de um liberal-conservador (e que me parece ter tendências anglófilas e francófobas, mas posso estar errado) de tanto entusiasmo pela destruição do feudalismo pelos reis (até há quem diga que a Revolução Francesa não passou da continuação disso - nomeadamente que o centralismo jacobino foi o desfecho do centralismo monárquico; acho que Tocqueville escreveu alguma coisa sobre isso).

Sunday, October 25, 2009

Ainda falando da Bíblia

Independentemente de ser literal ou metafórico, há algo que não vejo sentido nenhum, não propriamente na Bíblia, mas nas suas traduções (claro, quem sou eu, um ateu, para dar palpite sobre a Bíblia?):

Uma versão do Capítulo 11 do Levítico:

13 Das aves, estas abominareis; näo se comeräo, seräo abominaçäo: a águia, e o quebrantosso, e o xofrango,
14 E o milhano, e o abutre segundo a sua espécie.
15 Todo o corvo segundo a sua espécie,
16 E o avestruz, e o mocho, e a gaivota, e o gaviäo segundo a sua espécie.
17 E o bufo, e o corvo marinho, e a coruja,
18 E a gralha, e o cisne, e o pelicano,
19 E a cegonha, a garça segundo a sua espécie, e a poupa, e o morcego.

13De entre as aves, eis as que deveis considerar imundas e que não deveis comer, porque são abomináveis: a águia, o xofrango e o esmerilhão; 14o falcão e o abutre de qualquer espécie; 15toda a variedade de corvos; 16a avestruz, a andorinha, a gaivota e o gavião, de qualquer espécie; 17a coruja, o milhafre e o mocho; 18o corvo marinho; o pelicano e a cegonha, 19toda a variedade de garças, o faisão e o morcego.

Já agora, a Vulgata latina:

13.hæc sunt quæ de avibus comedere non debetis et vitanda sunt vobis aquilam et grypem et alietum
14.milvum ac vulturem juxta genus suum
15.et omne corvini generis in similitudinem suam
16.strutionem et noctuam et larum et accipitrem juxta genus suum
17.bubonem et mergulum et ibin
18.cycnum et onocrotalum et porphirionem
19.erodionem et charadrion juxta genus suum opupam quoque et vespertilionem

O meu ponto não é a diferença entre as versões (provavelmente derivada de diferenças entre os ramos do cristianismo), e muito menos a classificação do morcego como ave (compreensível pela ciência da época). É mesmo o "xofrango" (a sério, alguém já ouviu falar em xofrangos? Eu só em dois sítios - na Bíblia e na tradução portuguesa de uma lenda medieval da Cornualha).



Porque é que não escrevem "a águia, o quebrantosso e a águia-pesqueira"? É que nem sequer é uma questão de fidelidade ao original - duvido que na Bíblia hebraica esteja "xofrango" ou "águia-pesqueira": terá provavelmente uma palavra hebraica qualquer; e, como vimos, em latim está "alietum" que, foneticamente, é tão parecido com "xofrango" como com "águia-pesqueira" (ou seja, nada) pelo que escolher uma palavra ou outra é uma simples opção editorial do tradutor. A ideia será usar uma palavra obscura exactamente para dar um tom obscuro e arcaico ao texto?

Mais uma sondagem hondurenha

October 23, 2009. Washington, DC. Nearly four months after Honduran President Mel Zelaya was forced from office, he retains considerable public support, according to a new survey by Greenberg Quinlan Rosner.

  • By a large 22-point margin (60 to 38 percent), the Honduran public disapproves of the removal on June 28 of Zelaya as president.
  • Two-thirds approve of Zelaya’s performance as president. Nineteen percent rated his performance as “excellent” and another 48 percent as “good.”

The national survey, which involved face-to-face interviews with 621 randomly selected Hondurans from October 9-13, found that Zelaya is considerably more popular than Roberto Micheletti, who has been serving as de facto president. By a 2-1 margin (57 to 28 percent), Hondurans have a negative personal opinion of Micheletti. And a slight majority gives Micheletti’s tenure as president negative marks.

Hondurans are eager to participate in the elections scheduled for November 28, according to the survey, but there is widespread concern about their being held with Micheletti in office. Eighty-one percent think the elections should take place, but only a bare majority (54 percent) believes they would be legitimate if held under the acting government.

RESULTADOS DA SONDAGEM [pdf]

Perguntem também isto


- Os partidos comunistas sudanês e iraquiano deram, até ao último minuto, apoio aos regimes "árabes nacionalistas" que os massacraram quanto tiveram a oportunidade?

- Já que estamos a falar de "árabes nacionalistas", que o Partido Comunista Sírio participava no governo de Hafez Assad que interveio no Líbano em apoio aos fascistas da Falange contra a esquerda libanese e a OLP (a Síria também teve a sua "Chatila" - Tal el-Zataar, onde os falangistas com o apoio sírio massacraram milhares de refugiados palestinianos em Agosto de 1976)? Que enquanto nos últimos 30 ou 40 anos vários dissidentes de esquerda do PC (e, já agora, dissidentes de esquerda do Ba'ath) tem sido aprisionados, torturados e mortos nas prisões sírias, os PCs sírios (tanto o "ortodoxo" como o "renovador") fazem de cãozinhos amestrados do clã Assad?

- Que, enquanto o regime de Nasser no Egipto perseguia os comunistas, o Partido Comunista dava-lhe apoio e até se auto-dissolveu?!

[ou seja, quando se fala de massacres de comunistas, em muitos casos foram eles que quase se voluntariaram para serem massacrados]

- Que o Partido Comunista Francês apoiou a repressão contra as revoltas de Setif e Guelma na Argélia? Que participou no governo francês durante parte da guerra da independência da Indochina? Que, enquanto o governo socialista intensificava a repressão na Argélia, o PCF fazia grandes floreados retóricos mas votava ao seu lado no parlamento? Que impedia os seus militantes de darem apoio à FLN?

Friday, October 23, 2009

Por outro lado...

A mitologia grega também não é muito recomedável para menores de 12 anos.

Este post não é para se perceber

Algum dos ministros do novo governo terá perfil para vir a ser um Santana Lopes do PS?

Thursday, October 22, 2009

A espionagem israelita nos EUA

Um assunto que se fala pouco nos jornais.

Peace

As candidaturas independentes nas autárquicas

Nas eleições autárquicas, comentou-se muito (lamentou-se, diria eu) que a maior parte dos candidatos independentes que apareceram não eram "verdadeiros independentes", eram sobretudo dissidentes dos partidos que avançaram como "independentes" por não terem sido eles os escolhidos como candidatos.

Eu não vejo nada de especial nisso - para alguém se dar ao trabalho de organizar uma candidatura a uma camera, andar a recolher assinaturas, passar noites mal dormindo a fazer campanha, etc. de certeza que é alguém que se interessa/gosta de política. E se é alguém que gosta de política, nada mais natural que ter tido uma filiação partidária prévia.

"Tráfico de seres humanos" (II)

Coisas que não combinam

Ler artigos no computador com muitos ícones móveis ou cintilantes, animações, etc, com um gato de 2 meses e meio ao lado.

Wednesday, October 21, 2009

As "metáforas" da Biblia

Quando se fala da crueldade, atrocidades, etc, do Antigo Testamento, uma resposta típica é que se trata de "metáforas".

Bem, e isso mudará muito a questão? Vamos admitir que a Biblia não diz verdadeiramente que Jeová/Deus matou milhares de pessoas e mandou matar mais umas quantas, que é tudo "simbólico". Bem, mas é "simbólico" do quê?

Das duas uma: ou o A.T. pretende dizer que Deus fez mesmo o que lhe é atribuído (e, nesse caso, Deus é cruel e vingativo), ou essas histórias são apenas metáforas para ilustrar a natureza da relação entre o Homem e Deus (e nesse caso, tudo indica que Deus provavelmente seja cruel e vingativo - afinal, se nessas supostas alegorias simbólicas ele é apresentado dessa maneira, não deve ser por acaso...).

Já agora, embora o argumento das metáforas costume ser usado para dizer que o A.T. não é tão sanguinário como parece, suspeito mais do oposto: que, se as metáforas fazem algo, é suavizar a coisa. Porque digo isto? Porque, pelo menos no Génesis, parece-me muito provável que os indivíduos sejam usados como metáforas para povos - quando se diz que "Fulano e seus filhos foram de A para B", provavelmente está-se a falar da deslocação de uma tribo inteira, não de um individuo ou de uma família; assim, imagino que quando no Génesis se diz que "Beltrano matou Sicrano", quase de certeza que isso é, realmente, uma metáfora: uma metáfora para um massacre tribal com dezenas ou centenas de mortos.

Finalmente, mais um ponto - creio que há uns séculos atrás, a Biblia era interpretada literalmente (acho que um dos argumentos usados contra o modelo heliocêntrico era "assim, como Josué poderia parar o Sol?"). Ora, se os antigos achavam que a Bíblia era um texto literal, o que leva os teólogos modernos - muito mais longe dos autores originais - a acharem que é metafórico? O que os leva a achar que conhecem melhor a intenção original dos autores do que antigamente? Já agora, será que daqui a uns anos o próprio Deus passará a ser uma "metáfora" (há tempos, o Inferno também passou a metáfora, não foi?) e o cristianismo passará a ser compativel com o ateísmo?

Re: Ensino Público e Igualdade de Oportunidades


Para as escolas dos bairros ricos terem melhores resultados que as escolas dos bairros sociais não é necessário que família seja muito mais importante que a escola (pública); nem sequer é necessário que a família seja mais importante do que a escola: basta apenas que a importância da família não seja nula.

Tuesday, October 20, 2009

As causas da crise financeira - a minha visão

Há um ano e tal, uma revista de extrema-esquerda solicitou-me um artigo sobre a actual crise económica (à altura, essencialmente financeira).

Quando eu acabei o artigo, o número da revista dedicado à crise económica já estava para publicação, pelo que o meu artigo ficou na gaveta (ou, mais exactamente, no disco D). Até hoje, em que o publico aqui (atenção que é um artigo feito em Novembro de 2008 - muita coisa aconteceu desde então).

Monday, October 19, 2009

Escolha das escolas?

Na discussão neste post do Blasfémias, a dada altura surgiu a questão de ser possivel os alunos (ou os seus pais) escolherem a escola em que se querem matricular, ou se isso levaria forçasamente a que as escolas acabassem a escolher os alunos (já que se se inscrevessem mais alunos do que vagas na escola, a escola teria que decidir quais o que ficavam).

A mim parece-me que é perfeitamente possivel os alunos poderem se inscrever na escola que querem sem termos as escolas a recusarem alguns alunos: basta aceitarmos a ideia de que uma escola pode ficar sobrelotada (com turmas de 40 alunos em salas desenhadas para 20). Isto pode parecer sarcástico, mas não é: se houvesse algumas escolas sobrelotadas, isso quer dizer que mesmo com essa sobrelotação havia montes de gente a se inscrever lá, o que significa que as vantagens (reais ou percebidas) dessa escola eram maiores do que as desvantagens da sobrelotação. Em breve se estabeleceria um equilíbrio entre a qualidade (à partida) da escola e o seu grau de sobrelotação de forma que na prática a qualidade final do ensino acabaria por ser similar em todas.

Há um problema neste modelo - é que quando os alunos se matriculam em principio ainda não sabem se a escola vai estar sobrelotada ou não, mas penso que haverá maneiras simples de solucionar esse problema.

Será boa ideia voltar a lavar estes peúgos?

Friday, October 16, 2009

Ron Paul - Hearing on Afghanistan 10/15/2009

Against "Perpetual War for Perpetual Peace"

Resultados das eleições legislativas

Re: Os indulgentes


Mas ach0 que o "caso Polansky" tem uma diferença qualititiva que parece estar a ser esquecida (p.ex., quando HM escreve, apenas, que Polansky é acusado de "ter mantido relações sexuais com uma menor de 13 anos") - é que Polansky foi acusado de ter tido sexo não-consentido com uma menor; não estou a dizer que sexo consentido com crianças ou pré-adolescentes deva ser legal, mas o não-consentido adiciona um grau de gravidade (e duvido que mesmo nos seus periodos mais radicais, o sexo não-consentido com menores alguma vez tenha sido defendido pela "geração de 68", o alvo do post de Helena Matos).

[Efectivamente, em 1977, Polansky e o "Ministério Público" fizeram um acordo em que o primeiro se declarou culpado do crime equivalente a "sexo consentido com menor" e o segundo deixou cair as acusações mais graves; face aos rumores que o juiz não iria aceitar o acordo e iria condená-lo pelas acusações originais ou coisa parecida, Polansky fugiu para a Europa; mas, embora o crime de que Polansky sedeclarou culpado tenho sido o de sexo consentido com menor, a acusação feita pela vítima era a de sexo não-consentido, e penso que mesmo os defensores de Polansky não põem em causa seriamente este ponto]

Thursday, October 15, 2009

A derrota do Bloco de Esquerda

A derrota do Bloco de Esquerda nas eleições autárquicas comprova o que os críticos internos (nomeadamentes as moções "B" e "C" nas 2 últimas convenções) dizem há anos: que o partido tem centrado a sua actuação no grupo parlamentar e não se tem preocupado em construir uma base de militantes.

Assim, nas eleições autárquicas, em que interessa ter pessoal no terreno e não apenas popularidade genérica derivada de algumas figuras que aparecem na televisão, os resultados vão abaixo.

No fundo, o BE está a funcionar como um CDS-de-esquerda: um partido de quadros, de personalidades com algum prestigio dentro dos seus nichos respectivos, mas com poucos militantes e com o apoio eleitoral muito dependente do carisma do líder.

Mesmo as candidaturas para Lisboa e Porto condizem com este padrão: não haveria mais ninguém para ser candidato além dos deputados Luis Fazenda e João Teixeira Lopes? Note-se que não estou a dizer que outros candidatos teriam tido melhores resultados - provavelmente teriam tido ainda piores. Mas imagine-se que o partido tinha candidatado um militante das estruturas locais - mesmo que (devido ao desconhecimento) ele tivesse agora poucos votos, daqui a quatro anos ele já seria conhecido, logo já poderia ser um potencial bom candidato.

Finalmente, tudo isto não deixa de ser um triste e irónica evolução: afinal, há uns anos atrás, a UDP e o PSR andavam a defender o "poder popular de base" contra a "democracia parlamentar"; agora o BE tem muitos parlamentares, mas as bases estão fraquinhas...

Monday, October 12, 2009

Walter Block e a chantagem

O austro-libertarian académico que escreveu o livro Defending the Undefendable (pdf), fazendo a defesa de

I. Sexual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .1

1. The Prostitute . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3

2. The Pimp . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9

3. The Male Chauvinist Pig . . . . . . . . . . . .13

II. Medical . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25

4. The Drug Pusher . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27

5. The Drug Addict . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33

III. Free Speech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39

6. The Blackmailer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41

7. The Slanderer and Libeler . . . . . . . . . . . .47

8. The Denier of Academic Freedom . . . . .51

9. The Advertiser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .57

10. The Person Who Yells “Fire!” in a

Crowded Theater . . . . . . . . . . . . . . . . . . .69

IV. Outlaw . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .73

11. The Gypsy Cab Driver . . . . . . . . . . . . . . .75

12. The Ticket Scalper . . . . . . . . . . . . . . . . . .83

13. The Dishonest Cop . . . . . . . . . . . . . . . . .91

V. Financial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .97

14. The (Nongovernment) Counterfeiter . .99

15. The Miser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .111

16. The Inheritor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .117

17. The Moneylender . . . . . . . . . . . . . . . . . .121

18. The Noncontributor to Charity . . . . . .129

VI. Business and Trade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .137

19. The Curmudgeon . . . . . . . . . . . . . . . . . .139

20. The Slumlord . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .147

21. The Ghetto Merchant . . . . . . . . . . . . . .155

22. The Speculator . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .165

23. The Importer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .169

24. The Middleman . . . . . . . . . . . . . . . . . . .179

25. The Profiteer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .185

VII. Ecology . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .197

26. The Stripminer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .199

27. The Litterer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .205

28. The Wastemakers . . . . . . . . . . . . . . . . . .213

VIII. Labor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .221

29. The Fat Capitalist-Pig Employer . . . . .223

30. The Scab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .233

31. The Rate Buster . . . . . . . . . . . . . . . . . . .237

32. The Employer of Child Labor . . . . . . .243

Index . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .253

Via o próprio , reuniu as referências de tudo o que escreveu sobre assunto: I am quoted in the New Yorker magazine on David Letterman and his blackmail case:

http://www.newyorker.com/talk/2009/10/19/091019ta_talk_widdicombe

If you want to see my publications on blackmail, here they are:

Block, Walter. 2009. “Reply to Matt Mortellaro on “Block’s Paradox”: causation, responsibility, libertarian law, entrapment, threats and blackmail,” Libertarian Papers; http://libertarianpapers.org/2009/block-33-reply-to-matt-mortellaro-on-blocks-paradox/

Block, Walter, Stephan Kinsella and Roy Whitehead. 2006. “The duty to defend advertising injuries caused by junk faxes: an analysis of privacy, spam, detection and blackmail.” Whittier Law Review, Vol., 27, No. 4, pp. 925-949

Block, Walter. 2005. “Liberdade de Experssao, Discurso, Libelo, Difamacao, Chantagem, Incitamento.” Cultura Do Trabalho, vol. 9; ed., Lars Knorr. Porto Alegre, Brasil: Instituto de Estudos Empresariais

Block, Walter. 2002-2003. “Berman on Blackmail: Taking Motives Fervently,” Florida State University Business Review, Vol. 3, No. 1, pp. 57-114; http://www.law.fsu.edu/current_students/organizations/businessreview/vol3/block.pdf

Block, Walter. 2002. “Blackmail,” in Levenson, David, ed., Encyclopedia of Crime and Punishment, Thousand Oaks, CA: Sage Publishers, 2002, pp. 118-120.

Block, Walter. 2001. “The Logic of the Argument in Behalf of Legalizing Blackmail,” Bracton Law Journal, Vol. 33, pp. 56-80; http://www.walterblock.com/publications/legalizing_blackmail.pdf

Block, Walter and Gary Anderson. 2001. “Blackmail, Extortion and Exchange,” New York Law School Law Review, Vol. 44, No. 3-4, pp. 541-561; http://www.walterblock.com/publications/blackmail_extortion_exchange.pdf

Block, Walter. 2001. “Toward a Libertarian Theory of Blackmail,” Journal of Libertarian Studies, Vol. 15, No. 2, Winter, pp. 55-88; http://www.mises.org/journals/jls/15_2/15_2_2.pdf

Block, Walter. 2000. “Blackmail is Private Justice,” University of British Columbia Law Review, Vol. 34, No. 1, pp. 11-37

Block, Walter. 2000. “Reply to Wexler: Libertarianism, Blackmail and Decency,” University of British Columbia Law Review, Vol. 34, No. 1, pp. 49-53; http://www.walterblock.com/publications/reply_to_wexler.pdf

Block, Walter. 2000. “Threats, Blackmail, Extortion and Robbery And Other Bad Things,” University of Tulsa Law Journal, Vol. 35, No. 2, Winter, pp. 333-351; http://141.164.133.3/faculty/Block/Blockarticles/threatsblackmailextortionandrobbery.htm

Block, Walter. Stephan Kinsella and Hans-Hermann Hoppe. 2000. “The Second Paradox of Blackmail,” Business Ethics Quarterly, Vol. 10, No. 3, July, pp. 593-622; http://www.walterblock.com/publications/second_paradox.pdf; http://web.ebscohost.com/ehost/pdf?vid=149&hid=116&sid=781cb0b0-a517-47c5-9874-ee43ba5138d5%40sessionmgr3

Block, Walter. 2000. “The Legalization of Blackmail: A Reply to Professor Gordon,” Seton Hall Law Review, Vol. 30, No. 4, pp. 1182 1223; http://141.164.133.3/faculty/Block/Blockarticles/legalizationofblackmail.htm

Block, Walter. 1999. “Blackmailing for Mutual Good: A Reply to Russell Hardin,” Vermont Law Review, Vol. 24, No. 1, Fall, pp. 121-141; http://141.164.133.3/faculty/Block/Blockarticles/blackmailingformutualgood.htm

Block, Walter. 1999. “The Crime of Blackmail: A Libertarian Critique,” Criminal Justice Ethics, Vol. 18, No. 2, Summer/Fall, pp. 3-10; http://141.164.133.3/faculty/Block/Blockarticles/crimeofblackmail.htm;
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Block, Walter. 1999. “Replies to Levin and Kipnis on Blackmail,” Criminal Justice Ethics, Vol. 18, No. 2, Summer/Fall, pp. 23-28; http://www.walterblock.com/publications/levin_kipnis.pdf;

Block, Walter. 1999. “Blackmail and Economic Analysis: Reply to Ginsburg and Shechtman,” Thomas Jefferson Law Review, Vol. 21, No. 2, October, pp. 165-192

Block, Walter and Robert W. McGee. 1999. “Blackmail as a Victimless Crime,” Bracton Law Journal, Vol. 31, pp. 24-48; http://141.164.133.3/faculty/Block/Blockarticles/blackmailvictimlesscrime.htm

Block, Walter and Robert W. McGee. 1999. “Blackmail from A to Z: A Reply to Joseph Isenbergh’s ‘Blackmail from A to C,’” Mercer Law Review, Vol. 50, No. 2, winter, pp. 569-601; http://www.walterblock.com/publications/blackmail_a_to_z.pdf

Block, Walter and Christopher E. Kent. 1999. “Blackmail,” Magill’s Legal Guide, Pasadena, CA: Salem Press, p. 109.

Block, Walter. 1998. “A Libertarian Theory of Blackmail: Reply to Leo Katz’s ‘Blackmail and Other Forms of Arm-Twisting,’” Irish Jurist, Vol. XXXIII, pp. 280-310; http://www.walterblock.com/publications/libertarian_theory.pdf

Block, Walter. 1997. “The Case for De-Criminalizing Blackmail: A Reply to Lindgren and Campbell,” Western State University Law Review, Vol. 24, No. 2, spring, pp. 225-246; http://141.164.133.3/faculty/Block/Blockarticles/blackmail.htm;
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Block, Walter. 1986. “Trading Money for Silence,” University of Hawaii Law Review, Vol. 8, No. 1, Spring, pp. 57-73; reprinted as Block, Walter. 1987. “Trading Money for Silence?” Economic Imperialism: The Economic Approach Applied Outside the Traditional Areas of Economics, Peter Bernholz and Gerard Radnitzky, eds., New York: Paragon House, pp. 157-218; http://141.164.133.3/faculty/Block/Blockarticles/tradingmoneyforsilence.htm

Block, Walter and David Gordon. 1985. “Blackmail, Extortion and Free Speech: A Reply to Posner, Epstein, Nozick and Lindgren,” Loyola of Los Angeles Law Review, Vol. 19, No. 1, November, pp. 37-54; http://141.164.133.3/faculty/Block/Blockarticles/blackmail.htm

Block, Walter. 1973. “The Blackmailer as Hero: A Reply.” The Libertarian Forum. March, Vol. 5, No. 2, pp. 3-4; http://www.mises.org/journals/lf/1973/1973_03.pdf

Block, Walter. 1972. “The Blackmailer as Hero.” The Libertarian Forum. December, Vol. 4, No. 10, pp. 3-4; http://www.mises.org/journals/lf/1972/1972_12.pdf