Monday, May 07, 2007
A atitude da esquerda portuguesa face a Chavez
Em resposta a este texto de Rui Faustino (ou mais exactamente, a um comentário feito noutro blogue nas mesmas linhas-chave).
Qual deve ser a linha da esquerda portuguesa (nomeadamente do BE) face a Chavez (digo da esquerda portuguesa, não de grupos da esquerda venezuelana como o Partido Revolucion y Socialismo ou a CCURA)? Nós não temos grande possibilidade de influir directamente no processo venezuelano, logo esse processo terá para nós uma importância sobretudo pedagógica (no sentido de a experiência venezuelana servir de exemplo para outros povos, como nós).
Publicada por Miguel Madeira em 23:19
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1 comment:
Não se trata de colocar o Chavez num andor e assinar em branco e de cruz tudo o que ele faz. Trata-se é de:
a) Compreender que na Venezuela decorre uma revolução na qual as massas trabalhadoras são o motor da mesma
b) Na ausência duma direcção revolucionária de massas, o vazio correspondente foi ocupado por Chavez
c) Um partido revolucionário que conduza o processo venezuelanao até aos socialismo far-se-á ou com as bases chavistas, os milhões de trabalhadores, camponeses e pobres que personificam o desejo de mudança em Hugo Chavez... Ou não se fará de todo. Não é preciso inventar revolucionários "puros até ao fim" - essa força revolucionária existe na Venezuela: são as massas "chavistas"
d) Na venzuela esse partido não se fará contra Chavez mas em luta contra a oligarquia local e o imperialismo.
d) O próprio Chavez se tem radicalizado durante o processo e tem sido não propriamente um freio mas um aliado das massas trabalhadoras nas quais se apoia para fustigar a ala direita do movimento bolivariano - foi ele o primeiro líder na Venezuela a introduzir o tema do rumo socialista já em 2005.
d) De apoiarmos a revolução venezuelana com tudo o que ela tem de positivo (vejam-se as ultimas nacionalizações) contra o imperialismo e a oligarquia local
f) no debate e momento actual em que se discute os caminhos futuros da revolução, apoiar aqueles sectores que defendem a via socialista da revolução bolivariana.
g) é fundamental não "emprenhar pelos ouvidos" com tudo o que a propaganda da imprensa vendida faz. Sobre a nossa revolução dos cravos também falavam muito sobre o "perigo de ditadura comunista" mas o que ardeu não foram igrejas mas sedes de sindicatos e partidos de esquerda em 1975.
g)Perceber que a situação na Venezuela é o centro da mará vermelha que percorre a américa latina e que muito do que vier a suceder no continente (até no mundo!) dependerá do resultado da confrontação de classes que ali se registar.
Saúde e Fraternidade,
Rui Faustino
8 de Maio de 2007 11:08
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