Tuesday, November 27, 2007

Re: Insucesso e abandono escolar

Num comentário, Zé da Burra faz algumas observações sobre "Insucesso e abandono escolar".

Eu até não discordo de todos, mas há dois de que discordo bastante (ou seja, discordo da discordância):

"3) As faltas ocasionalmente dadas pelos alunos às aulas não devem contar para a passagem ou não de ano"

E que mal vem ao mundo se os alunos faltosos passarem de ano, se forem aprovados num exame feito no fim (que, creio, é o que está na mesa neste momento)?

Aliás, até é paradoxal que, em regra, as pessoas que mais reclama dessa medida sejam as mesmas que mais defendem a avaliação por exames em detrimento da avaliação continua. Ou seja, para umas coisas, os exames é que são bons, e para outras já é "facilitismo"?

"6) Reduzir o número de exames a que os jovens estão sujeitos. Dentro de poucos anos pretende-se mesmo eliminá-los, ficando os jovens com a garantia de que ao fim dos 12 anos de escola obtêm o 12.º ano de escolaridade."

Mesmo que os exames fossem eliminados, os jovens não ficariam com "a garantia de que ao fim dos 12 anos de escola obtêm o 12.º ano de escolaridade".

Eu, pessoalmente, entre a 1ª classe e 12º ano, só tive UM exame (a Português do 10º/11 ano, a que tinha reprovado) e grande parte dos meus colegas não tiveram NENHUM (PGA não conta, já que não se destinava à avaliação), e tenho dúvidas que a minha (nossa) formação tenha ficado particularmente prejudicada com isso.

Até seria interessante fazer um exercício: comparar as notas das "provas especificas" do meu tempo com as notas dos exames do 12º ano dos últimos tempos (ou seja, comparar a geração que não fez exames - além dos de entrada na faculdade - com as que passaram a vida a fazer exames). Se, efectivamente, os exames são assim tão bons (face à "avaliação contínua"), será de esperar que os estudantes de agora tenham notas muito melhores das que nós tínhamos... (aviso desde já que não faço ideia de qual seria o resultado desse estudo).

1 comment:

Anonymous said...

"E que mal vem ao mundo se os alunos faltosos passarem de ano, se forem aprovados num exame feito no fim (que, creio, é o que está na mesa neste momento)?"

Em tese, sim, perfeitamente de acordo. Resta saber se os exames serão identicos na realidade.