Monday, January 26, 2009

Dois tipos de inflação monetária

1- Aquela que resulta da criação de moeda pelos Bancos Centrais para financiar despesas correntes do Estado. Prática abandonada directamente (com excepções que são notórias), passando a ser efectuada indirectamente pela emissão de Dívida Pública que é depois comprada pelo Banco Central ou financiada por este ao injectar reservas nos Bancos Comerciais para que a compre (notar que na medida que o Estado detenha contas de DO nestes Bancos, o Banco Central apenas tem de injectar o suficiente para que o Banco comprador ao simplesmente criar do nada o crédito na DO do Estado, continue a cumprir o rácio de 2% a 5% de reservas para total de Depósitos - pensemos na Caixa Geral de Depósitos).


Este tipo de inflação monetária tende a provocar um efeito mais imediato nos preços, mas será pouco relevante na formação dos ciclos económicos. Por si só, e assim o ritmo de inflação quantitativa fosse relativamente constante e a capacidade de antecipação por instrumentos de gestão (indexação de preços) e financeiros (indexação de taxa de juro), e os efeitos maléficos poderão aé ser relativamente minimizados, ainda que origem de distorções. Na medida em que não é antecipado constitui uma espécie de imposto escondido. Mas na medida em que passa a ser antecipado nem isso. Será apenas uma forma de introduzir erro, ineficiência, desperdício.

2- Aquela que resulta dos Bancos aumentarem o crédito por criação monetária e que tende a baixar a taxa de juro, distorcendo a relação entre o investimento (que incentiva) e a poupança (que desincentiva) prévia necessária a sustentá-la, e na proporção da preferência temporal das pessoas (aquela que determina a taxa de juro natural, assim como a alocação entre consumo e poupança), provocando o efeito temporário de uma expansão seguida de bolha e depois de recessão e depressão, com as inevitáveis tendências para falências de indústrias e falências bancárias.

Este tipo de inflação só é bem compreendido pela Escola Austríaca e é ainda hoje quase ignorada, sendo no entanto curioso, que existe já um movimento popular com origem na internet, onde, documentários como o "Money as Debt", ainda que com defeitos e tom conspirativo, começam a alargar a percepção das características eminentemente instáveis de fazer o crédito colateral da nossa moeda, em vez de um activo real.

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