"Deficientes voltam a ter mais benefícios fiscais em 2009" – Agência Financeira.
"Governo reduz impostos para os contribuintes com deficiência em 2009" – Público
“Deficientes têm redução no IRS” – Diário Económico
“Orçamento para tentar atenuar efeitos da crise” – TVI
Os títulos são estes, mas a verdade é muito diferente. É preciso divulgar junto da opinião pública o que realmente se passa com os impostos dos trabalhadores portadores de deficiência que, para além da parte do salário real que é levada pela inflação, ainda têm que enfrentar um agravamento fiscal, introduzido em 2007 pelo Governo Sócrates, em nome de uma justiça social que afastou a sociedade das suas responsabilidades de inclusão destes cidadãos.
Imagine se os seus impostos tivessem aumentado assim. E imagine que o que lia nos jornais, o que ouvia nas rádios e o que via nas televisões era o oposto da realidade que estava a viver. Para além de sentir na pele a injustiça de uma medida que limita decisivamente o seu direito à inclusão social, ainda se sentiria usado como propaganda numa campanha em que se diz que os seus direitos foram reforçados.
Os trabalhadores portadores de deficiência não têm assessores de imprensa para fazer títulos de jornal. Por isso contam com a colaboração de todos nós para a divulgação de uma verdade que não consta das notas de imprensa distribuídas pelo Governo, que os média se limitam a republicar: a tributação dos cidadãos portadores de deficiência aumentou em 2007, aumentou novamente em 2008 e ainda vai aumentar mais em 2010. O que o Governo fez foi apenas dar uma trégua de um ano nesse agravamento fiscal e adiá-lo de 2009, ano de eleições, para 2010.
Abaixo da animação seguinte, da responsabiliade do Movimento de Trabalhadores Portadores de Deficiência, disponibiliza-se o código html para todos os bloggers que queiram colaborar na divulgação da mensagem nela contida. O apelo de divulgação estende-se a todos aqueles que, não tendo um blog, podem repassar esta mensagem por mail a todos os seus contactos.
1 comment:
Miguel
Eu estou de acordo com esta causa, no entanto não podemos esquecer vários factores:
- A carga fiscal é pesada para todos, em especial trabalhadores por conta d'outrem e pequenos empresários. Deficientes ou não deficientes;
- Os benefícios fiscais não eram a única regalia social que os deficientes usufruíam: eles continuam a ter vantagens significativas na aquisição de casa própria e de carro adaptado, acesso a serviços de saúde com isenção e/ou abatimento de custos (consoante o serviço de saúde for público ou privado), acesso facilitado e custos menos onerosos em determinados tipos de crédito. E muito bem. Não estou a pôr tais benefícios em causa.
- Mais importante do que atacar esta injustiça, será combater políticas e partidos que fazem a depredação fiscal uma fonte de receita para combater o défice e as "crises", mantendo despesismos e projectos supérfluos quando não megalómanos. Sem isso não haverá tão cedo uma política justa seja para deficientes ou não deficientes.
Que me desculpem os prejudicados pelo actual estado de coisas, mas não convém esquecer que a emoção da luta por uma causa aparentemente consensual e não-criticável como esta também pode levar a efeitos de intolerância.
Abraço
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