Este post do CN lembra-me da questão do significado da palavra "capital". Curiosamente, parece-me que nesse ponto as tradições "austríaca" e marxista estão de um lado, e a tradição neo-clássica (e a keynesiana, que em questões micro tende a seguir os neo-clássicos por default) do outro:
Os neo-clássicos (e a economia mainstream em geral) definem "capital" como "meios de produção produzidos", por oposição a "terra/recursos naturais" ("meios de produção não produzidos") e "trabalho (actualmente, também se tornou moda chamar o trabalho - sobretudos as qualificações profissionais - de "capital humano").
Já os marxistas e parece-me que os "austríacos" (e provavelmente toda a gente que não seja economista...) chamam "capital" ao dinheiro empatado no processo de produção, independentemente de esse dinheiro ser aplicado em máquinas ("capital" para os neo-clássicos), terrenos ("terra/recursos naturais") ou para pagar salários ("trabalho").
Note-se que não estou a dizer que uma definição seja melhor do que a outra: em principio, desde que esteja previamente definido qual a definição que se usa, qualquer uma serve.
Os neo-clássicos (e a economia mainstream em geral) definem "capital" como "meios de produção produzidos", por oposição a "terra/recursos naturais" ("meios de produção não produzidos") e "trabalho (actualmente, também se tornou moda chamar o trabalho - sobretudos as qualificações profissionais - de "capital humano").
Já os marxistas e parece-me que os "austríacos" (e provavelmente toda a gente que não seja economista...) chamam "capital" ao dinheiro empatado no processo de produção, independentemente de esse dinheiro ser aplicado em máquinas ("capital" para os neo-clássicos), terrenos ("terra/recursos naturais") ou para pagar salários ("trabalho").
Note-se que não estou a dizer que uma definição seja melhor do que a outra: em principio, desde que esteja previamente definido qual a definição que se usa, qualquer uma serve.
3 comments:
não tem que ver directamente com este assunto, mas ontem estava a pensar no que tens vindo a escrever sobre propriedade e lembrei-me da situação do nosso jogo de xadrez no porta velha:
- o tabuleiro de xadrez, para todos os efeitos não era propriedade fixa de ninguém.
- não o sendo, os rapazes que esperavam para jogar, conferiam-nos legitimidade para a sua posse enquanto fizéssemos uso com máxima eficiência das suas propriedades.
- essa "máxima eficiÊncia" era definida pelo (seu?) senso comum.
- a partir do momento em que andávamos para trás e para a frente com jogadas, conversando etc., perdemos a legitimidade moral da posse da propriedade.
1 - interessante como toda a forma como a situação se desenrolou (conosco a ceder a propriedade por reconhecida falta de posiçáo moral para a defender) foi tão de senso comum, que poderia, não sem algum abuso de linguagem, chamar-lhe "natural". Mas tenho a sensação que regras semelhantes aplicadas a escalas maiores seriam consideradas pela heterodoxia como extremas e anti-naturais.
2 - Poder-se-á chamar "propriedade" se só é "nossa" enquanto a usarmos com máxima eficiência?
A eficiência nunca poderá ser critério de justiça para a posse de propriedade, mas sim:
- A tomada de posse por ocupação e uso
- pela troca
CN
o caso do xadrez é uma situaçao de ocupaçao e uso.
e dentro desse fim para que essa propriedade possa ser usada sem prejudicar os outros, não lhe chamaria "maxima eficiencia", mas outra coisa.
no entanto pode ser considerada uma forma de legitimar o uso.
por exemplo, ocupas e usas a terra mas para produzir algo com ela.
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