"Os nossos gatos poderão não ser nenhuns génios da Bolsa, mas..." (Doreen Tovey, Cats in the Belfry).
Os gatos de Doreen Tovey talvez não o sejam. No entanto, a Kika demonstrou perceber mais do assunto do que os supostos especialistas:
A sua carteira, de 29/02 a 14/03, desvalorizou 1,96% (de 995,04 para 975,54 euros), enquanto o fundo BPI Portugal desvalorizou 5,02% (de 16,75771 para 15,93828 euros); em termos anualizados, a Kika teria uma performance de -40,31% e o Fundo BPI Portugal de -73,86%.
Além disso, a carteira da Kika também apresentou uma menor volatilidade (logo, em principio, menor risco): esta (medida pelo desvio-padrão das variações diárias) foi de 0,78%, contra 0,88% do BPI Portugal.
Esta menor volatilidade torna-se ainda mais significativa se atendermos a que, como eu não tinha paciência para tomar nota da evolução de uma carrada de títulos, só lhe pedi para escolher três. Ou seja, se ela não estivesse de patas atadas pelas limitações que lhe impus poderia ter atingido uma volatilidade ainda mais reduzida.
Embaixo temos um gráfico comparativo da evolução dos activos em questão (as cotações de 29/02/2008 foram convertidas para "100"):
Além dos melhores resultados, convém lembrar que a Kika teve de certeza muitos menos anos de formação (logo, não suportou esses custos) que os gestores de activos do BPI (e de qualquer outra empresa do ramo) - ou seja, o rácio resultados/custos é bastante favorável.
De qualquer forma, uma herança de milénios passados a prever os movimentos de criaturas bastante imprevisíveis como ratos, pássaros, moscas, baratas e embalagens de whiskas, a aguardar pacientemente pelo momento oportuno e a agir em fracções de segundo quando ele chega tornam-na especialmente vocacionada, quer para a análise técnica, quer para estar junto a um teclado a dar ordens de compra e/ou venda (confesso que não faço ideia de como se chama essa actividade).
Outra característica adicional: em 1929, houve vários investidores que se atiraram dos telhados de Wall Street pelo desespero do crash. Se a Kika fizer isso, penso que as suas probabilidades de sobrevivência são superiores (embora não tão elevadas como a lenda pode levar a pensar) às dos investidores mais clássicos (mas, sinceramente, não sei se isto é uma vantagem, um inconveniente ou nem uma coisa nem outra).
A respeito da questão sobre se a experiência não deveria ser prolongada no tempo, ver o que escrevi aqui. Mas não sei se nos próximos dias ela quererá fazer algum prognóstico sobre a crise actual da bolsa.
Uma nota final: ao longo destas duas semanas assumi que a cotação da Toyota Caetano se manteve nos 8,90 euros (e os resultados foram calculados nesse pressuposto); isso talvez não seja muito correcto, já que a empresa não teve transacções na maior parte dos dias (8,90 é o valor da última cotação). Como ao longo destes dias o preço de venda foi (parece-me) sempre de 8,99 euros e o de compra 8,90 euros, talvez o mais correcto seja assumir que as acções foram compradas a 9 euros em 29/2 e vendidas a 8,90 euros a 14/03 - dessa forma teremos uma valorização de -2,32% e uma volatilidade diária de 0,8% (de qualquer forma, os resultados continuam a ser mais favoráveis que os do fundo BPI Portugal).
1 comment:
POR FAVOR, DIVULGUE CORRUPÇÃO. OBRIGADO
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