No Público, parece que Rui Tavares levantou a questão do desemprego dos licenciados. João Miranda retorquiu.
A minha tese sobre a causa do desemprego dos licenciados - a própria lógica de funcionamento do por vezes chamado "sistema capitalista" implica que (mesmo fora de uma situação de crise) uma fracção dos potenciais trabalhadores tenha que ficar sem emprego; Friedman chamava-lhe taxa natural de desemprego", os neo-keyenesianos "NAIRU", Marx "exército de reserva"...
Ora, se alguns trabalhadores têm que estar desempregados (o mecanismo exacto pelo qual isto se processa varia conforme as escolas económicas, mas se calhar as diferenças não são tantas como se poderia pensar) e se alguns trabalhadores são licenciados, é bastante provável que alguns desempregados sejam licenciados (ou, invertendo os termos, é bastante provável que alguns licenciados estejam desempregados). E tenho um vaga ideia de qua a taxa de desemprego é sensivelmente idêntica entre os licenciados e no resto da população - se for mesmo assim, parece confirmar a minha teoria: o desemprego dos licenciados não passa do reflexo entre os licenciados do desemprego geral (bem, admito que seria de esperar que o desemprego entre os licenciados fosse um pouco inferior à media - afinal, um servente de pedreiro não tem a possibilidade de, enquanto procura um emprego nas obras, se dedicar a fazer trabalhos antropológicos para ir ganhando algum).
A minha tese sobre a causa do desemprego dos licenciados - a própria lógica de funcionamento do por vezes chamado "sistema capitalista" implica que (mesmo fora de uma situação de crise) uma fracção dos potenciais trabalhadores tenha que ficar sem emprego; Friedman chamava-lhe taxa natural de desemprego", os neo-keyenesianos "NAIRU", Marx "exército de reserva"...
Ora, se alguns trabalhadores têm que estar desempregados (o mecanismo exacto pelo qual isto se processa varia conforme as escolas económicas, mas se calhar as diferenças não são tantas como se poderia pensar) e se alguns trabalhadores são licenciados, é bastante provável que alguns desempregados sejam licenciados (ou, invertendo os termos, é bastante provável que alguns licenciados estejam desempregados). E tenho um vaga ideia de qua a taxa de desemprego é sensivelmente idêntica entre os licenciados e no resto da população - se for mesmo assim, parece confirmar a minha teoria: o desemprego dos licenciados não passa do reflexo entre os licenciados do desemprego geral (bem, admito que seria de esperar que o desemprego entre os licenciados fosse um pouco inferior à media - afinal, um servente de pedreiro não tem a possibilidade de, enquanto procura um emprego nas obras, se dedicar a fazer trabalhos antropológicos para ir ganhando algum).
1 comment:
Apenas um último comentário neste blog para concordar que este sempre foi o meu ponto de vista acerca da existência de desempregados (licenciados ou não). Ter lido Marx ajudou.
É pena que haja muita gente que desconhece os mecanismos de funcionamento do capitalismo.
Julga, assim, que é sua a culpa pela condição de desempregado/a. E martiriza-se.
Acredito que se todos nascem numa sociedade podem ser acarinhados por ela, e ser-lhe úteis de algum modo. Todos têm algo a oferecer. Podem perfeitamente encontrar o seu lugar social por via de um emprego digno.
O desemprego existe para pressionar e nivelar por baixo os salários e as condições laborais de quem está empregado. O desemprego interessa aos patrões. Favorece a desigualdade social. É uma invenção ideológica. Não tem que ser assim.
Gostei do tempo que aqui passei. É bom ainda ir encontrando lucidez e integridade no nosso país. Espero encontrar tempo para voltar a este blog. Desejo-lhe felicidades!
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