Se a decisão final for tomada numa Convenção, com muitas manobras de bastidores à mistura, será mau (e se calhar entregará a presidência a McCain; se a nomeação for para Hillary, também entregará muitos votos a Nader).
Mas se as primárias se arrastarem quase até ao fim, mas ficarem decididas ainda antes da Convenção (penso que, matematicamente, tal já só é possível pela desistência de algum dos candidatos), não sei se isso não será benéfico - o escolhido irá, nesse momento, surgir como "o vencedor" (numa altura em que McCain não estará a receber grande atenção dos media) e isso até pode dar um elán favorável para Novembro. E (seja ele qual for) ter ganho após uma disputa renhida de meses até pode dar-lhe uma aura de "lutador até ao fim", algo que suspeito que os norte-americanos até gostam.
4 comments:
Ter ganho após uma disputa renhida de meses também pode dar a ideia de que o candidato não convence facilmente.
O M.Madeira também poderia olhar para o outro lado. Um candidato que fica sentado durante meses à espera de adversário dá a ideia de que é "o melhor", melhor preparado e inatingível. O mesmo se passou em França com Sarkozy e Royal.
Uma pergunta: entre Obama e Nader, qual é a sua escolha?
«Um candidato que fica sentado durante meses à espera de adversário dá a ideia de que é "o melhor", melhor preparado e inatingível.»
Ou então esquecem-se que ele existe.
"entre Obama e Nader, qual é a sua escolha?"
Nader.
Não penso que isso vá acontecer. Não acho que ele se faça esquecer, muito menos que se pense que não existe.
Outra pergunta, se me permite: ouvi a entrevista de F.Louçã à TSF e fiquei na dúvida sobre a posição do BE face à China de hoje. O M.Madeira poderia esclarecer-me sobre este assunto? Pareceu-me que Louçã criticou o PCP por este tolerar a China "capitalista" por nela permanecer um governo autoritário. Sei o M.Madeira dentro destes assuntos (pcp vs be, tendências e correntes na esquerda, apoios tácticos, etc etc) e por isso pedia-lhe um comentário (ou post) pois não percebi as críticas ao PCP (eu pensava que o BE concordava com a evolução do regime chinês). Agradecia
"eu pensava que o BE concordava com a evolução do regime chinês"
A posição do BE é de que o regime chinês devia ter evoluido ao contrário do que evoluiu - devia ter feito a reforma politica e não ter feito (ou feito menos, ou de maneira diferente) a reforma económica.
Em tempos fiz uns comentários n'O Insurgente mais ou menos sobre esse assunto:
http://oinsurgente.org/2007/03/06/o-perigo-do-neoliberalismo-chines/
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