Thursday, March 20, 2008

Propriedade privada

Uma jovem defende, com todas as suas forças, a sua propriedade (um telemóvel) contra o confisco (presumo que temporário) que o Estado (através de uma sua agente com autoridade delegada) pretendia fazer.

Estranhamente, não vejo grande entusiasmo pelos lados do Blasfémias ou da Atlântico.

6 comments:

josé manuel faria said...

Bem observado, Miguel Madeira.

Unknown said...

Ironicamente, tenho estado a tentar perceber o mesmo porque nem é apresentado qualquer contexto para o vídeo (ou seja, a alegada professora poderia estar a "confiscar" o telemóvel porque lhe apeteceu...não seria a primeira).

Mas li por aí algures que a escola tem uma regra que não permite a presença de telemóveis na sala de aula ou algo do género, caso em que é compreensível que a presença do telemóvel, assim como a atitude posterior da aluna, sejam vistos de imediato como uma afronta directa às regras que supostamente os alunos deveriam cumprir ao entrarem voluntariamente no recinto escolar. Não pude confirmar isto, no entanto.

Por outro lado, também pode ser que tivesse sido uma regra previamente definida pela professora para aquela aula em particular.

Miguel Madeira said...

"às regras que supostamente os alunos deveriam cumprir ao entrarem voluntariamente no recinto escolar."

Parece que o video se chama "9º C em grande" (9º ano - escolaridade obrigatória; bem, é possivel que a aluna já esteja fora da EO por causa da idade dela, que não sei qual é)

Unknown said...

Não tinha pensado nisso dessa perspectiva, mas suponho que partindo daí até quase se poderia argumentar que o ensino obrigatório propicia situações deste género ao forçar pessoas que não têm o mínimo interesse a permanecer na escola...

Ainda assim, não me parece que seja aplicável ao caso porque a questão da escolaridade obrigatória não costuma ser aplicável na prática a adolescentes; muita gente deixa de estudar ou simplesmente falta às aulas estando registada e não há nenhum polícia (creio eu) que os vá buscar a casa.

A idade dela segundo este artigo da SIC é 15 anos:

http://sic.sapo.pt/online/noticias/vida/Aluna+diz+que+errou.htm

Anonymous said...

Pensei isso mesmo. Bom post, mais uma vez bem visto.

Dalaiama said...

Bem, não resisti e passei neste blog muito mais tempo do que contava (e dispunha) mas valeu a pena. Entretive-me a ler, a consultar os links sugeridos e a reflectir.
Acerca deste post em particular, a ironia é bem metida, porque realmente é a direita que normalmente eriça o pêlo na defesa da propriedade privada. Sobretudo se se tratar da sua.
Se bem que habitualmente os que defendem irrefutavelmente a qualidade privativa dos lucros são os mesmos que preconizam a intervenção do Estado para dividir os prejuízos. Ou estarei enganado?
Felicidades!